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Governo se reunirá com investidores que cobram atenção ao meio ambiente

Membros do governo se reunirão na próxima semana com investidores estrangeiros, por meio de uma videoconferência, para explicar o que tem sido feito no país com relação à preservação ambiental.

No mês passado, 230 investidores estrangeiros, que representam cerca de US$ 16 trilhões em ativos, enviaram uma carta cobrando políticas de combate ao desmatamento, com especial atenção ao bioma Amazônia.

Apesar da carta conter apontamentos de falhas do governo na manutenção da preservação de florestas, interlocutores dizem que a cobrança não foi sentida como um ultimato ou uma ameaça de retirada imediata de investimentos no país.

Mesmo assim, nos últimos dias, membros dos ministérios da Agricultura, Meio Ambiente, Relações Exteriores, Defesa, Justiça e Segurança Pública têm reunido informações para dar uma resposta aos investidores.

No Ministério da Agricultura, o assunto tem sido tratado no gabinete da ministra Tereza Cristina. Na carta, a agricultura é citada como uma das principais cadeias produtivas prejudicadas com os efeitos do desmatamento. Também são cobradas políticas de conformidade e rastreabilidade de fornecedores que sejam possíveis infratores das leis ambientais.

Interlocutores da pasta afirmam que os trabalhos de fomento ao serviço florestal e implementação do Código Florestal — sancionado em 2012 — farão parte das exposições do ministério com relação à agenda ambiental.

O Ministério da Defesa deve destacar os trabalhos de controle e fiscalização realizados pro meio das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e o Ministério do Meio Ambiente será responsável por apresentar esforços regulatórios.

A cobrança levanta ainda mais expectativas sobre o Plano de Contingência contra Queimadas que deve ser apresentado neste mês pelo Conselho da Amazônia. O grupo de trabalho é liderado pelo vice-presidente Hamilton Mourão.

Preocupações e exigências

No documento, os investidores dizem acompanhar com preocupação o crescimento dos índices de desmatamento e incêndios na Amazônia. “Como investidores, que têm o dever fiduciário de agir no melhor interesse de longo prazo de nossos beneficiários, reconhecemos o papel crucial que as florestas tropicais desempenham no combate às mudanças climáticas, proteger a biodiversidade e garantir serviços ecossistêmicos.”, escrevem.

Os autores da carta manifestam preocupação com o impacto que o desmatamento pode causar em empresas que contam com seus investimentos. Eles apontam prejuízos que vão desde o aumento de custos na agricultura até a dificuldade de acesso em mercados internacionais cada vez mais preocupados com as finanças verdes.

Ao fim do documento, os investidores pedem que as empresas “urgentemente” implementem uma política específica de “não-desmatamento” para commodities e suas cadeias produtivas, que incluam prazos determinados para ações.

Também é solicitada a criação de um sistema de monitoramento a fim de se verificar a conformidade de um fornecedor à causa ambiental e relatórios anuais que exponham os riscos de desmatamento e os avanços das políticas ambientais implementadas.

 

Fonte: Canal Rural

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