Política às Avessas
“De onde menos se espera, daí que não sai nada” a frase do Barão de Itararé, gaúcho de Rio Grande é perfeita para enquadrar as medidas e ações da equipe econômica do Governo Federal liderada pelo Super Ministro Sr Paulo Guedes.
Com a intensificação da crise econômica como consequência da pandemia do Covid-19 no Brasil se desvelou por completo a falsa competência de quem comanda a economia nacional.
Isto porque, apesar de estarmos beirando os 90 dias da “chegada” do Covid-19 no país, até agora as poucas iniciativas de recuperação da economia, que nem de longe podem ser consideradas um plano estratégico, enfrentaram grandes dificuldades de operacionalização e capilaridade, tanto aos cidadãos mais vulneráveis como também aos empresários.
Cabe lembrar que até aqui, o tão e justamente criticado congresso nacional é que vem gerando as políticas de reparo e incentivo de forma mais significativa, como o repasse emergencial de R$ 600,00 mensais e o crédito para as pequenas e médias empresas.
A trapalhada da semana foi o anúncio de que o Tesouro Nacional confirmou que o governo federal irá pedir a instituições financeiras multilaterais o empréstimo de US$ 4 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 21 bilhões, ou seja, voltamos a pedir “fiado”, e certamente um de nossos credores será o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O que mais nos intriga é que normalmente tais procedimentos são utilizados por estado e municípios, contudo, sob a justificativa do COVID-19 a equipe econômica de Guedes deverá se utilizar desta “oportunidade” de financiamento.
Além de se prostrar novamente diante do FMI novamente, e cada dia mais se distanciar do BRICS, informações divulgadas pelo Professor José Oreiro, Dr em Economia da Industria e da Tecnologia pela UFRJ – atualmente vinculado à UNB, tal procedimento é desnecessário pois, o país possui reservas suficientes que dispensam a realização do empréstimo.
Segundo Dr Oreiro “Um país que tem 340 bilhões de dólares de reservas internacionais decide, do nada, se humilhar e pedir uma merreca de US$ 4 bilhões emprestado ao FMI. Não, isso não é piada de português. Aliás esse país não é Portugal, mas sua antiga colônia, o Brasil de Bolsonaro e Guedes.”
É surreal a forma e o modelo de gestão adotado no governo federal, nos parece que de fato o vídeo ministerial demostra a forma como as grandes questões do país são decididas. Que falta nos faz um plano estratégico para que as nossas indústrias e empresas sejam inseridas na retomada de nossa economia.
O Ministério da Economia não pode continuar com esse amadorismo, o país precisa de mentes brilhantes que estejam compromissados com o desenvolvimento econômico e social de nosso povo.
Juliano Luiz Fossá
Doutorando em Administração na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mestre em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais (UNOCHAPECÓ), Pós-Graduado Lato Sensu em Gestão Universitária (UNIVALI) / Pós-Graduado Lato Sensu Gestão Empresarial (UNOCHAPECÓ), Bacharel em Ciências Econômicas (UNOCHAPECÓ)