Estamos vivendo uma nova situação devido à pandemia e às medidas de isolamento social para combater o contágio. Essa situação tem exigido grandes mudanças em nossos hábitos: novas formas de fazer compras, de trabalhar, de acompanhar os estudos dos filhos, entre outros.
É preciso flexibilidade para lidar com esses desafios impostos pelo fechamento de estabelecimentos e pelas restrições de circulação. Tais cuidados são necessários e, felizmente, temos a internet que passa a ser o pivô dessa transformação, mantendo a rotina de trabalho, as compras online para o abastecimento da casa e, principalmente, a educação online e o entretenimento dos nossos filhos. Mas será que é só isso?
Pois bem, é importante falar em “universo da internet”, pois existe ali um mundo de coisas acontecendo, principalmente quando falamos de crianças e adolescentes.
E ainda que, num primeiro olhar, possa parecer um lugar protegido de muitos dos perigos do mundo real, o universo virtual está cheio de ameaças e longe de ser um ambiente totalmente seguro, o que exige cuidados ao navegar por ele.
Quem são os amigos virtuais que os filhos estão fazendo? Será que os conteúdos que estão acessando são indicados considerando sua idade e maturidade? Como explicar para uma criança o que são golpes online?
E nos jogos online, há alguma armadilha que eles devam estar cientes? Essas são algumas questões que passam pela cabeça dos pais neste momento de isolamento social e em que a educação escolar e a interação passaram a ser totalmente digital. E o principal desafio é como lidar com tudo isso sem restringir a liberdade e aproveitar as tantas coisas boas que a internet proporciona.
A Kaspersky, em parceria com a consultoria CORPA, ouviu cerca de 2.300 mães e pais de jovens até 18 anos, em seis países da América Latina – entre eles, o Brasil – e identificou que a maioria está ciente dos riscos da internet.
Nesse contexto, destaco a conversa franca como um ponto fundamental e a recomendação de levar a discussão sobre a vida digital para dentro de seu lar, tornando-se uma referência positiva também em relação a isso.
Explique que os riscos virtuais existem e ensine as crianças a ter cautela – como, por exemplo, com aquilo que ela compartilha na internet. Explique que contar sobre a experiência vivida numa viagem no fim de semana é algo comum, mas que não se deve enviar a pessoas desconhecidas fotos daquele momento.
Alerte sobre a existência de locais (sites) seguros e outros duvidosos e oriente-as sempre a pedir ajuda a um adulto para aprender a identificar essas diferenças.
Ainda, abra portas para conversar sobre as situações vividas na internet, perguntando especialmente se houve alguma situação estranha ou que os fizeram sentir desconfortáveis ou ameaçados, como assédio, bullying, mensagens de conteúdo obsceno ou aliciamento.
Falar sobre cibersegurança de uma forma leve e simples é um grande desafio para os pais (66,9%) . Pensando nisso, desenvolvemos um livro chamado “Kasper, Sky e o urso verde” para ajudar nesta educação digital das crianças por meio de uma história lúdica.
A leitura infantil é, além de um momento agradável em família, uma ótima maneira de levar esse conhecimento a eles. Para quem tiver interesse, o livro está disponível gratuitamente para download.
Além da conversa, nós, pais, também tomamos outras medidas para lidar com a questão da segurança de nossos filhos e, de acordo com nossa pesquisa, a mais comum é estabelecer limite de tempo para navegação.
Em segundo lugar, está a educação sobre cibercrimes, seguida da revisão do histórico de navegação. Já uma parcela pequena instala programas nos dispositivos dos filhos para manter a supervisão quando a criança navega por conta própria.
Todas essas medidas são valiosas para que as crianças tirem o melhor proveito da internet e, principalmente, mantenham sua rotina de estudos sem se preocupar com ciberameaças. Recentemente, tivemos um exemplo de como a segurança deve ser levada a sério.
Em pleno isolamento social com as crianças se adaptando ao ensino à distância, foi descoberto uma vulnerabilidade relevante na plataforma de videoconferência que se tornou o xodó dos internautas, o Zoom.
Essa falha não intencional do programa permitia que cibercriminosos não apenas tivessem acesso a reuniões online, como também instalassem programas fraudulentos no equipamento do usuário.
Para solucionar esse problema, é necessário instalar as atualizações que a empresa está disponibilizando e ter atenção ao criar uma reunião para configurar corretamente a sala com uma senha e uma “sala de espera” – o que evitará a presença de intrusos. Sem falar que o uso de uma solução de segurança no dispositivo, principalmente celulares e tablets, é essencial para a proteção contra a instalação de códigos maliciosos.
Esse exemplo mostra como a preocupação com a segurança familiar deve ser levada a sério e precisamos estar preparados para apoiar nossos filhos em relação a isso. O acesso seguro é, sem dúvida, uma das melhores prevenções.
E lembre-se, além de aumentar a segurança, ao proteger a experiência digital dos filhos, cuidar da segurança digital em casa também pode promover uma melhora no relacionamento familiar, estabelecendo diálogos mais abertos sobre temas importantes. Esse período de isolamento social, é uma ótima oportunidade para reforçar isso, aproveite.
Fonte: O Tempo