Um homem de 29 anos, de acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, jogou na manhã desta segunda-feira (8) um balde de 18 litros de tinta vermelha em frente ao Palácio do Planalto, na direção da rampa usada por autoridades em eventos oficiais.
Ainda segundo a PM, o homem jogou a tinta de dentro de um carro em movimento. Ele foi detido e levado para a Polícia Federal.
Funcionários da Presidência foram acionados para tirar a tinta do local. Bolsonaro já estava no prédio quando começou a limpeza.
O palácio é a sede do governo federal, onde trabalha o presidente Jair Bolsonaro. O prédio faz parte do conjunto arquitetônico de Brasília, considerado patrimônio da humanidade pela Unesco (braço da ONU para Educação, Ciência e Cultura). Além disso, é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O ataque ao patrimônio é vandalismo.
Uma cerca móvel faz a separação entre o palácio e a rua. A tinta foi jogada nas imediações da cerca. Antes da intensificação das manifestações de rua, em governos anteriores, não havia a separação entre a rua e o prédio.
Em nota, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela segurança da Presidência, disse que o palácio foi “vítima de um ato de vandalismo, quando um indivíduo lançou tinta na rampa do prédio”.
O GSI também disse que as autoridade policias vão tomar as “medidas legais cabíveis” em relação ao homem que jogou a tinta no Planalto.
Manifestações
Brasília viveu no domingo (7) um dia de manifestações políticas. A maior delas foi de pessoas contrárias ao governo Bolsonaro e favoráveis à democracia. Houve também um protesto, menor, de simpatizantes do presidente. Os dois atos ocorreram pacificamente.
Uma das principais causas de insatisfação dos manifestantes contrários a Bolsonaro é a condução do governo em relação à pandemia de covid-19. No fim de semana, o governo passou a rever o modo de divulgação dos mortos pela doença, o que foi visto como tentativa de encobrir os dados reais.
No domingo, o governo divulgou dois informativos sobre quantidade de mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas. Houve uma diferença de 857 pessoas entre o primeiro e o segundo boletim. O governo não explicou causa da divergência.