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Um ano da primeira internação por Covid-19 no HRO

A vida é feita de momentos, e a história registra aqueles que marcaram nossas vidas. Ao completarmos um ano da primeira internação pela COVID-19 em UTI no Hospital Regional do Oeste (HRO), podemos indagar quais os momentos que marcaram a história deste primeiro ano.

Certamente identificar o “momento importante” das UTI’s COVID-19 no Hospital Regional do Oeste – HRO dependerá de quem contará a história, e, neste caso, são milhares de pessoas que tiveram suas vidas impactadas por momentos nos quais seus pensamentos estiveram voltados para aquele espaço físico.

Muitas pessoas ali estavam trabalhando, outras dando suporte para quem lá estava no desempenho de suas funções; pacientes ali chegaram necessitando de cuidados pois suas vidas estavam em risco; para muitos os tratamentos tiveram êxito, para outros, contudo, suas histórias de vida aqui na terra tinha chegado ao fim, e ali fizeram sua passagem para a eternidade longe de suas famílias; milhares de familiares e amigos passaram momentos de suas vidas em oração buscando milagre de Deus, outros passaram pela dor da distância e pelo medo de perder seu ente querido.

Na qualidade de Diretor-Geral do Hospital Regional do Oeste – HRO, acompanhei os momentos de muitas pessoas, de profissionais de saúde vibrando em função do sucesso do tratamento, outros chorando por perdas de vidas; tive a oportunidade de sentir a gratidão da quase totalidade das pessoas que por ali passaram, de aprender, de ajudar construir soluções quando ocorria alguma reclamação; foi possível acompanhar o envolvimento da sociedade organizada, de empresários, de políticos de todos os partidos, e vibrar muito com o espírito de cooperação do povo chapecoense e região.

Podemos destacar dois momentos pontuais, que exigiram decisões imediatas da nossa Diretoria: primeiro, a abertura dos leitos destinados aos pacientes acometidos pela COVID-19; segundo, quando a pandemia COVID-19 explodiu.

No mês de fevereiro de 2020, ocasião em que a Pandemia COVID-19 era apenas uma ameaça, a nossa Diretoria, por meio de seu Presidente, Rogério Getúlio Delatorre, determinou que deveríamos preparar uma equipe para cuidar das pessoas acometidas pela doença e principalmente identificar um médico para ser nossa referencia nos cuidados das UTI’s COVID-19. A preocupação da Direção era com a vida das pessoas, em um momento no qual apenas a ameaça rondava e não existia certeza de financiamento para as despesas, nem quando e nem quantos pacientes teríamos que atender, foi o primeiro “momento marcante”.

Um ano depois, ou seja, fevereiro de 2021, o volume de pacientes acometidos pela doença do Coronavírus explode, e dentre aqueles que estão lutando pela vida nas UTI’s, está o Presidente da Diretoria Executiva desta Instituição Hospitalar, o senhor Rogério.

Em poucos dias centenas de pessoas em Chapecó e região necessitaram de leitos de UTI COVID-19, extrapolando, em muito, nossa capacidade instalada de atendimento e colocando o Município de Chapecó como um dos focos principais de gravidade no Brasil.

Com o Presidente de nossa Instituição Hospitalar na UTI, os dois outros membros da Diretoria Executiva da Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira (ALVF), Senhores Reinaldo Fernandes Lopes e Celso Edmar Grando Coletti, com apoio do Conselho Delegado de Administração da Associação Hospitalar, foram rápidos ao pactuar com o Gestor local e Estadual de Saúde uma prioridade para o atendimento crescente e repentino de pacientes COVID-19, qual seja: garantir o atendimento a todas as pessoas, preservando a vida, e só depois olhar as questões financeiras.

A abrupta elevação dos casos COVID-19 nos últimos dias de janeiro de 2021, crescente em fevereiro, e estabilizando no topo dos casos apenas em março, levou ao colapso a estrutura de atendimento médico hospitalar instalada e exigiu uma resposta forte e imediata para evitar uma tragédia sem precedentes.

O momento pelo qual passamos, e continuamos administrando, carregam as consequências de um cenário que vai ficar na história como o maior desafio da pandemia COVID no Município de Chapecó. Mas o que vai ficar deste “momento marcante”? A resposta é: a solidariedade, o envolvimento das lideranças empresariais e políticas, especialmente da população Chapecoense, com seu espírito cooperativo, e a lembrança dos heróis que dedicaram suas vidas no combate ao vírus, representada na pessoa do nosso sempre presidente Rogério, e principalmente no aprendizado que o distanciamento ensinou ao demonstrar a importância de união em torno de bons propósitos.

Osmar Arcanjo de Oliveira
Diretor-Geral do Hospital Regional do Oeste

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