A Rússia anunciou, nesta segunda-feira, que em breve terá capacidade para produzir centenas de milhares de doses da vacina contra o novo coronavírus todos os meses e que elevará sua produção para “vários milhões” a partir do início do próximo ano. “Devido ao lançamento de plataformas de contratos este ano, poderemos garantir a produção de várias centenas de milhares de doses de vacina por mês, com um aumento subsequente para vários milhões no início do próximo ano. Faremos o possível para garantir que esses planos sejam implementados,”, disse o ministro do Comércio da Rússia, Denis Maturov, à agência pública de notícias TASS.
De acordo com o Serviço Federal Russo de Vigilância sobre Proteção dos Direitos do Consumidor e Bem-Estar Humano, 26 opções de vacina contra coronavírus estão sendo desenvolvidas em 17 instituições de pesquisa no país. Uma vacina desenvolvida pelo Centro Nacional de Epidemiologia e Microbiologia da Gamaleya já foi testada em voluntários. Maturov explicou que três empresas biomédicas iniciarão em setembro a produção industrial desta vacina.
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Por enquanto, foi dada prioridade ao laboratório Gamaleia, desenvolvido em colaboração com o Ministério da Defesa. Os detalhes ainda não foram publicados, o que impede de certificar sua eficácia. Esta vacina utiliza vetor viral, ou seja, usa como portador outro vírus que foi transformado e adaptado para combater a Covid-19. Utiliza adenovírus, uma tecnologia também escolhida pela Universidade de Oxford.
Vitali Zverev, professor e chefe de laboratório do instituto de pesquisa Metchnikov, disse à AFP que era muito cedo para homologar uma vacina que não foi testada o suficiente para garantir sua segurança. “É impossível garantir a segurança de uma vacina durante um período de tempo como este que nos separa do início da pandemia”, explicou, acrescentando que as empresas biomédicas russas que irã produzir a vacina não estão acostumadas à tecnologia avançada a ser usada.
Cientistas do centro Gamaleya foram criticados em maio por terem injetado em si mesmos o protótipo de vacina, um método que rompe com os protocolos usuais, a fim de acelerar o máximo possível o processo científico. Até o momento, a Rússia não publicou um estudo detalhado dos resultados de seus testes para estabelecer a eficácia dos produtos que afirma ter desenvolvido.
A Rússia é o quarto país no mundo mais afetado pela pandemia, atrás de Estados Unidos, Brasil e Índia. Desde abril, manifesta sua disposição de ser um dos primeiros países, ou mesmo o primeiro, a desenvolver a vacina. Pesquisadores internacionais alertaram, porém, para o rápido desenvolvimento de vacinas na Rússia e consideraram que vários processos científicos não foram respeitados para acelerar o trabalho realizado sob pressão de Moscou.
Centro de pesquisa planeja lançar produção de vacinas em novembro
O centro russo de pesquisa vetorial de virologia e biotecnologia planeja lançar a produção da nova vacina contra o coronavírus em novembro, disse seu diretor-geral Rinat Maksyutov ao programa Vesti, no canal Rossiya-1. “Esperamos iniciar a produção já em novembro deste ano. Portanto, mais perto do final do ano e do início do próximo ano, podemos falar em mudar para a vacinação, pelo menos para (pessoas) de grupos de risco com uma nova mudança para massivas vacinação”, disse.
Fonte: Correio do Povo