O rapaz homossexual que teria sido vítima de um estupro coletivo em Florianópolis recebeu alta do hospital e está em casa com a família. Ele estava internado desde que o crime foi registrado, em 31 de maio, na região Central da cidade.
Informações iniciais recebidas e repassadas pela polícia apontam que homens torturaram e estupraram o jovem, de aproximadamente 22 anos. O corpo dele também foi marcado com palavras homofóbicas.
De acordo com Margareth da Silva Hernandes, advogada e presidente da Comissão de Direito Homoafetivo e Gênero da OAB/SC (Ordem dos Advogados do Brasil), o jovem está bem e passa por tratamento psicológico.
A advogada, que acompanha o caso, se reuniu nesta segunda-feira (7) com a Polícia Civil. Segundo ela, o órgão segue com as investigações e mantém as informações sob sigilo até a conclusão do inquérito policial. Não houve definição de prazo para o encerramento do processo.
“A boa notícia é que ele está bem, em casa e tendo acompanhamento psicológico. No momento, não deseja revelar sua identidade. O processo está correndo sob sigilo tendo em vista que os fatos estão sendo apurados através de perícias, e para não atrapalhar a investigação sobre os autores”, disse Margareth.
Advogada sofreu ataques
Margareth, que também é coordenadora jurídica adjunta da Aliança Nacional LGBTI, foi alvo de ataques de ódio e ameaças após se manifestar sobre o caso nas redes sociais. A advogada pretende registrar boletim de ocorrência e tomar providências judiciais sobre os ataques.
Na última terça-feira (4), a OAB/SC divulgou uma nota de repúdio “ao crime bárbaro” cometido em Florianópolis. A instituição informou que acompanha as diligências realizadas pela polícia e que presta apoio e auxílio jurídico aos familiares da vítima.
Manifestação contra homotransfobia
O caso do jovem homossexual motivou uma manifestação pelo fim dos crimes de homostransfobia. O ato foi convocado pelo grupo Mães pela Diversidade de Santa Catarina. Marcada para às 14h do próximo sábado (12), a manifestação ocorrerá no Largo da Catedral, no Centro de Florianópolis.
Em entrevista ao portal ND+, Jocinéia de Jesus, que faz parte do grupo, disse que a caminhada quer mostrar que as pessoas e entidades estão chocadas com mais uma violência contra LGBTQIA+.
“Nós não vamos nos conformar e aceitar esse tipo de situação sem que haja uma resolução. É inadmissível que, em pleno século 21, a gente tenha que conviver, todos os dias, com essa preocupação: se nossos filhos vão voltar para casa com segurança”, afirmou.
O ato também pede celeridade na conclusão do caso, além de respeito e empatia pelas pessoas LGBTQIA+, que são vítimas frequentes de violência.
Fonte: ND+