As quedas apresentam um cenário preocupante na população, por acometer um número representativo de idosos. Em função de sua natureza multifatorial, sua frequência e suas consequências, as quedas constituem uma das grandes síndromes geriátricas e um dos maiores problemas de saúde pública.
O envelhecimento populacional brasileiro vem aumentando consideravelmente, fator capaz de gerar impactos nas diversas formas de se prestar cuidados aos idosos.
Segundo os dados apresentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), haverá aumento prospectivo, que representará 16 vezes contra 5 vezes o crescimento populacional total, refletindo em nosso país, a sexta população em contingente de idosos no mundo.
O ortopedista Dr Mauricio Fabiani informa que além de estarem relacionadas à maior morbidade e mortalidade na velhice, associam-se a restrição na mobilidade, fraturas, depressão, incapacidade funcional, perda da independência e autonomia, institucionalização e declínio da qualidade de vida, bem como têm gerado implicações socioeconômicas e sobrecarga para os sistemas de saúde.
No Brasil, o estudo de Coimbra identificou em 2.209 idosos com idade acima de 60 anos e moradores de comunidade uma prevalência de 27,1% para a ocorrência de quedas e 8,7% para quedas recorrentes.
O levantamento de Siqueira et AL., com 6.616 idosos brasileiros com 65 anos e mais, constatou frequência de 27,6%; de todos os registros de quedas, 11% resultaram em fratura e 1% necessitou de atendimento cirúrgico. Em âmbito mundial, as quedas são responsáveis por 87% das fraturas e 50% das internações nos idosos.
Dentre as fraturas, as mais comuns são as de fêmur, para as quais a osteoporose é um importante fator de risco, justificando sua maior ocorrência entre as mulheres com idade igual ou superior a 60 anos.
As informações mais recentes sobre fraturas de fêmur em idosos no Brasil reportam cerca de 30 mil casos/ano, sendo responsáveis, em 2008, por 32.908 internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS), com um custo total de 58,6 milhões de reais.
A osteoporose está fortemente ligada a episódios de quedas, fraturas e declínio na qualidade de vida, indivíduos com tal enfermidade podem vir apresentar marcha alterada, alteração postural e desequilíbrio favorecendo o sucedimento de quedas, como similarmente a idade avançada também está relacionada à ocorrência de quedas.
O ortopedista destaca que a Osteoporose é considerada um sério problema de saúde mais acometido na população idosa com maior prevalência em indivíduos nessa fase da vida. “Essa enfermidade caracteriza-se pela diminuição da consistência óssea o que involuntariamente ocasiona um aumento da fragilidade óssea que resulta em maiores riscos de quedas e fraturas”, destaca Fabiani.
Ele acrescenta que reduzir o risco das quedas e de suas consequências exige ações pensadas e efetivadas a partir de uma abordagem multidimensional, o que só é possível por meio da ação integrada e especializada de uma equipe.
O atual modelo de prevenção de quedas da Organização Mundial de Saúde (OMS) está fundamentado em três pilares inter-relacionados e mutuamente dependentes: construir a conscientização sobre a importância da prevenção e do tratamento das quedas;
incrementar a avaliação dos fatores individuais, ambientais e sociais que aumentem a probabilidade da ocorrência das quedas; e incentivar o planejamento e a implementação de intervenções de redução do número de quedas, fundamentadas nas próprias experiências dos idosos-alvo.
Fonte: Assessor Darlei Luan Lottermann