A Eletrobras comunicou no domingo que Wilson Ferreira Junior, atual presidente da empresa e membro do Conselho de Administração, renunciou ao cargo. A decisão foi tomada por motivos pessoais, de acordo com comunicado divulgado pela Estatal. Ele ficará no cargo até o dia 5 de março, para permitir a “adequada transição para seu sucessor”, segundo o texto. O sucessor ainda será indicado. Um pronunciamento foi agendado para esta segunda-feira, às 15h, para explicar a saída do atual presidente.
Ferreira Jr. é uma herança do governo Temer e foi nomeado pelo ex-presidente para o cargo em junho de 2016. Após a eleição de Jair Bolsonaro, ele foi convidado a permanecer no comando por ser defensor da privatização da empresa – no ano passado, anunciou que a estatal seria cedida à iniciativa privada, em posição apoiada pela equipe econômica do governo e pelo presidente da República.
No entanto, no calendário divulgado pelo Ministério da Economia, a privatização da Eletrobras ficou prevista para acontecer apenas no segundo semestre, o que não agradou outros setores do governo, como ministro de Minas e Energua, Bento Albuquerque. Este avalia que a aprovação do projeto de lei que trata da privatização da Eletrobras apenas no segundo semestre deste ano traria prejuízos para o País. Isso porque o Brasil “deixará de ter importantes investimentos, necessários para a manutenção e melhoria do setor elétrico”.
Em entrevista na semana passada, Albuquerque disse que a Eletrobras “não tem recursos que seriam necessários para manter a participação na geração e transmissão de energia, mas está sendo muito bem administrada”. “Entendemos que é importantíssimo para o setor elétrico que a Eletrobras volte a ter capacidade de investimentos”, acrescentou o ministro na ocasião.
Fonte: Correio do Povo