Ao menos três carros de luxo foram apreendidos em Balneário Camboriú na manhã desta quinta-feira (24) durante uma operação da Polícia Federal do Paraná e da Receita Federal. A investigação mira uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas entre Brasil e Europa.
Desde as primeiras horas da manhã são cumpridos 17 mandados de prisão e 86 mandados de busca e apreensão no Paraná, São Paulo e Santa Catarina, onde cidades de Itapoá e Garuva também são alvos das operações denominadas de Retis e Spiderweb.
Os carros apreendidos são um Porsche 911 Turbo S, uma BMW M5 e uma BMW 320I, que juntos ultrapassam o valor de R$ 2 milhões. Em todo o Brasil, o bloqueio de bens é de aproximadamente R$ 55 milhões.
As organizações alvos das operações desta quinta-feira são reconhecidas pela extrema violência empregada durante os crimes. De acordo com a polícia, um dos integrantes do bando está inclusive envolvido em homicídios, como o do líder de um grupo executado a tiros.
Como os criminosos atuavam
As investigações revelaram que os criminosos faziam remessas de cocaína em diferentes formas a países da Europa através do Porto de Paranaguá (PR). Mergulhadores colocavam os entorpecentes em compartimento submerso do navio, escondiam em contêineres sem conhecimento do exportador e até entre cargas de madeira, suco de laranja e açúcar.
No decorrer das investigações, que iniciaram em 2019, foram realizadas 80 apreensões no Brasil e no Exterior, que totalizam aproximadamente 21 toneladas de cocaína.
As investigações apontaram ainda que os bandidos têm vínculo direto com a máfia italiana, que contrata a logística executada pelos investigados em Paranaguá para enviar os carregamentos de cocaína até os portos da Europa.
O trabalho é um desdobramento da Operação Enterprise, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2020 em diversos Estados brasileiros e também no Exterior para combater um conglomerado de criminosos dedicados ao crime de tráfico internacional de drogas.
A investigação deflagrada nesta quinta-feira mira membros operacionais que atuam, em especial, no depósito, transporte, e inserção de cocaína nos contêineres e de navios com destino à Europa.
Os investigados na operação deflagrada nesta fase podem responder pelos crimes de tráfico internacional de drogas, com penas que podem chegar até 25 anos de reclusão para cada ação, bem como pelos crimes de pertinência a organização criminosa e associação para fins de tráfico, que podem chegar a 24 anos de reclusão.
Fonte: NSC