TopAd-Desk
TopAd-Mob
Início Geral Pesquisadores brasileiros se mobilizam para enviar pele de tilápia ao Líbano para...

Pesquisadores brasileiros se mobilizam para enviar pele de tilápia ao Líbano para tratar queimaduras de vítimas de explosão

Pesquisadores do Projeto Pele de Tilápia, da Universidade Federal do Ceará (UFC), estão realizando uma campanha para sensibilizar as autoridades brasileiras a facilitar o envio de todo o estoque de 40 mil cm² de pele de tilápia, para ajudar as vítimas da explosão em Beirute, capital do Líbano, que deixou 4 mil feridos e mais de 100 mortos nesta terça-feira (4). A pesquisa é realizada no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), sob coordenação do Dr. Odorico de Moraes.

Os estudos desenvolvidos pela UFC mostram a eficácia do uso da pele de tilápia em queimaduras de 2º e 3º graus e lesões na pele, agindo como um “curativo biológico” no processo de cicatrização.

O biólogo Felipe Rocha, pesquisador do projeto, explica que é preciso haver um consenso entre as autoridades das duas nações para poder realizar o envio do material. “Como é um material de pesquisa, os ministérios da Saúde dos dois países precisam se contactarem e autorizarem o envio e o uso. Mas a pesquisa já está bem avançada e os resultados de efetividade de efeito já são comprovados e publicados em artigos nacionais e internacionais”, afirmou

Clique aqui e receba notícias de Chapecó e Região pelo WhatsApp!

De acordo com o pesquisador Carlos Roberto Paier, a pele da tilápia é um produto experimental, ainda não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), motivo pelo qual o envio do material ainda é burocrático. Esta não é a primeira vez que existe a intenção de enviar o produto para o exterior. Ano passado, a equipe tentou colaborar no socorro a vítimas de um acidente na Colômbia, mas houve entraves com a legislação daquele país, o que acabou inviabilizando o envio.

“É preciso ter uma empresa interessada em fazer a transferência da tecnologia. Se a empresa adquirir essa tecnologia e passar a produzir a pele da tilápia industrialmente, o produto poderá ser comercializado e passará a ser fiscalizado pela Anvisa”, explica.

O pesquisador esclarece que existe outros tipos de tratamento de queimados, como por exemplo, por meio da pele humana. O estoque, contudo, é muito baixo, especialmente em tempos de pandemia, o que também o torna mais caro. “Para se ter uma ideia, no Brasil só existem dois bancos de pele humana, em São Paulo e no Rio Grande do Sul”, finaliza.

Alto potencial de regeneração

Técnica para uso da pele de tilápia foi desenvolvida no Ceará — Foto: Viktor Braga/UFC
Técnica para uso da pele de tilápia foi desenvolvida no Ceará — Foto: Viktor Braga/UFC

Estudos clínicos realizados em mais de 350 pacientes, revelaram que a pele de tilápia tem alto potencial de regeneração, abrevia a dor do paciente, além de reduzir a troca de curativos e os custos operacionais clínicos. O seu uso é indicado para tratamento de queimaduras de 2º e 3º graus.

Segundo um dos coordenadores da pesquisa, Dr. Edmar Maciel, o tratamento por meio da pele de tilápia funciona como um curativo temporário e evita danos como contaminação. “Ele age como curativo temporário que evita a troca de curativo, reduz a perda de líquido e a contaminação do meio externo para dentro da ferida. Dependendo da profundidade da queimadura a recuperação pode acontecer em um intervalo de 2 dias a até um mês e meio”, explicou.

Uso da pele de tilápia

A pele da tilápia foi utilizada inicialmente no tratamento de queimados. A técnica para a recuperação desses pacientes desenvolvida pela Universidade Federal do Ceará (UFC) chegou a ser exportada e usada para curar queimaduras de ursos na Califórnia.

Houve êxito na aplicação em cirurgias ginecológicas, técnica idealizada pelo médico Leonardo Bezerra, professor da UFC. No caso mais recente, o material foi usado em um procedimento inédito para reconstrução vaginal de uma mulher transexual, realizado na Unicamp, em Campinas (SP). Já no Ceará, os procedimentos são realizados em parceria com a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC).

No Ceará, cirurgias de reconstrução vaginal com a membrana do peixe já foram realizadas em mulheres com síndrome de Rokitansky, agenesia vaginal ou câncer pélvico.

Em 2017, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) inauguraram o primeiro banco de pele de tilápia para uso em tratamentos médicos.

A repercussão positiva dos resultados obtidos com as pesquisas já foram destacadas pelo presidente Jair Bolsonaro e, inclusive, citada em séries de TV norte-americanas como “The Good Doctor” e “Grey’s Anatomy”.

Fonte: G1

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

SideBarAd-Desk/Mob (custom)

MAIS LIDAS

Que venham mais 3 pontos | Coluna Falando de Grêmio

Buenas Gremistada! Na esperança de que todos estejam bem, venho aqui mais uma vez falar do nosso Tricolor, e foram duas vitórias seguidas.Foram duas...

Há pessoas que são como algumas frutas, vão do verde direto para o podre, sem passar pelo maduro | Coluna Era Sol que me...

De minha parte, muitas linhas já foram empreendidas para apontar o que a maturidade não é, e, honestamente, afirmar o que ela é ou...

Bolsonaro edita decreto perdoando crimes de Daniel Silveira, condenado pelo STF

O presidente Jair Bolsonaro editou decreto nesta segunda-feira que concede o "instituto da graça" ao deputado federal Daniel Silviera (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal...

Ciclista é atropelada por ambulância do Samu em SC

Uma ciclista foi atropelada por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Criciúma, no Sul catarinense. A mulher foi levada...
BaseAd-Desk
BaseAd-Mob