Coluna | Não é só Futebol
Na noite deste domingo (02), a Chapecoense venceu o Criciúma pelo placar mínimo em jogo válido pela Semifinal do Campeonato Catarinense. Com o resultado, o Verdão joga por um empate na próxima quarta-feira, no sul do Estado, para alcançar a final do certame.
O jogo
No começo da partida, percebemos um Criciúma bastante forte fisicamente e aplicado na marcação. A Chape não conseguia criar grandes jogadas ofensivas e sofria na saída de bola. Nos primeiros minutos, o Tigre até ensaiou uma pressão no campo defensivo do Verdão, porém, com o passar do tempo, a marcação carvoeira passou a ser mais contundente no lado defensivo do time sulino. Os zagueiros Joilson e Luiz Otávio trocavam bastante passes entre si, mas não conseguiam fazer a ligação com o meio campo, e por diversas vezes optaram pelo lançamento de longa distância, que normalmente resultava em lances sem efetividade. Talvez o que faltasse a Chape fosse um volante capaz de fazer a ligação das jogadas. Guedes é muito bom defensivamente, mas ainda peca no quesito de armação no meio de campo.
Ao final da primeira etapa, Matheus Ribeiro, Denner e Ezequiel podem ser indicados como grandes destaques, pois produziram as melhores jogadas, partindo do lado direito do Verdão. Com o intervalo, achei que o técnico Umberto Louzer fosse mexer no meio de campo, porém, contava com Lima no lugar de Guedes, aproveitando que o jogador, outra cria da base da Chape, também sabe atuar na marcação mas tem um passe mais qualificado que Guedes. O comandante alviverde tirou Anderson Leite e colocou Ronei em campo. De fato, não houve queda técnica com a alteração, mas a Chape seguia sem muitas ideias na meia cancha.
Embora tenha marcado no primeiro minuto da segunda etapa, com uma bela finalização de Paulinho Moccelin, a Chape não se soltava em campo. É bem verdade que no segundo tempo o Verdão teve diversas oportunidades de ampliar o placar, mas a partir da metade da etapa final, os jogadores do time do oeste parecem ter perdido um pouco a cabeça. A Chape teve 5 amarelados, e não fosse a boa vontade do árbitro Fernando Henrique de Medeiros Miranda, pelo menos dois atletas poderiam ter sido expulsos. Fato também é que pelo menos dois dos cinco cartões amarelos foram um pouco exagerados (mostrados por retardo de recomeço de jogo, a popular cera), mas o “homem de preto” contemporizou dois lances de contra-ataque do Tigre em que os atletas do Verdão poderiam ter ido mais cedo para o chuveiro.
Quanto às alterações de Louzer, não há muito o que se comentar, pois não obtiveram o efeito desejado pelo treinador. Há apenas uma ressalva com relação a Foguinho; acredito que o jovem meia-atacante poderia ter entrado mais cedo em campo (entrou após os 40 minutos da segunda etapa), pois sua velocidade e técnica poderiam ter resultado no segundo gol do Verdão, que traria mais tranquilidade para o jogo de volta, em Criciúma.
O lance capital
Impossível escrever um texto sobre esse jogo sem citar o lance absurdo em que o atacante Alan Sebastião perdeu um “gol feito” frente ao goleiro Agenor. Aos 49 minutos da segunda etapa – na última ação da partida – Alan atravessou o campo defensivo do Criciúma sem marcação. Ao seu lado, Foguinho lhe acompanhava e bastava um passe e o Verdão ampliaria sua vantagem para o jogo de volta, porém, o jovem atacante da Chape resolveu “se consagrar” e, de forma displicente, bateu em cima do goleiro do Tigre. Alan Sebastião deixou o copo da classificação meio vazio e deu esperanças ao Tigre de produzir a remontada na próxima quarta-feira. Você pode estar se perguntando: “Ok, mas o nome do menino não é Alan Grafite?”. Pode ser, é possível que no futuro podemos intitulá-lo dessa forma, mas essa foi uma noite de Sebastião, não de Grafite, e vai ter que botar muita bola na rede para carregar essa alcunha.
A Chape venceu, está muito próxima da final, esse é o nosso copo meio cheio, que poderia estar transbordando, mas infelizmente não foi o dia. Precisamos apenas de um empate, e esperamos que quarta tudo dê certo, para nos prepararmos para mais uma final de Catarinense.
#VamosChape
Derlei Florianovitz