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Novos casos de peste bubônica geram alerta sobre consumo de carne de marmota

Autoridades russas alertaram as populações próximas à fronteira com a Mongólia para não caçar ou comer marmotas após casos de peste bubônica – também conhecida como peste negra – surgirem na região.

Dois casos da peste foram registrados na província de Khovd, no oeste da Mongólia, informou a agência de mídia estatal russa Tass na terça-feira. As autoridades da região chinesa da Mongólia Interior também confirmaram um caso de peste. O caso na cidade de Bayannur, noroeste de Pequim, foi confirmado terça-feira, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.

As marmotas são grandes roadores terrestres, que historicamente têm sido associados a surtos de peste na região.

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Especialistas do Ministério da Agricultura e Alimentação pediram aos moradores da região da fronteira para não caçar marmota ou comer carne de marmota e tomar medidas preventivas contra picadas de insetos.

Os roedores são o principal vetor de transmissão da peste de animais para humanos, mas a doença também pode ser transmitida através de picadas de pulgas.

A peste matou cerca de 50 milhões de pessoas na Europa durante a pandemia da Peste Negra na Idade Média, mas os antibióticos modernos podem evitar complicações e morte se administrados com rapidez suficiente.

A peste bubônica, que é uma das três formas da peste, causa linfonodos dolorosos e inchados, além de febre, calafrios e tosse.

A Mongólia colocou em quarentena sua região perto da fronteira com a Rússia na semana passada, depois que testes de laboratório mostraram dois casos de peste bubônica relacionados ao consumo de carne de marmota, informaram as autoridades de Saúde do país em 1º de julho.

O Centro Nacional de Doenças Zoonóticas da Mongólia disse na semana passada que identificou e testou 146 pessoas que entraram em contato com as duas pessoas infectadas. O centro também rastreia 504 pessoas de contato secundário na província de Khovd.

A Embaixada da Rússia na Mongólia disse que “não há motivos para sérias preocupações”, já que as autoridades da Mongólia impuseram restrições de viagem e isolaram indivíduos infectados, segundo a agência de notícias estatal russa RIA Novosti.

A embaixada também citou Sergei Diorditsu, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Mongólia, que afirmou que a província vê surtos sazonais da praga, segundo a RIA Novosti.

“Existem focos naturais de peste na Mongólia e a doença é transmitida por tarbagans [marmotas da Mongólia]”, disse a embaixada.

“O problema é que os moradores locais, apesar de todas as proibições e recomendações das autoridades locais, continuam a caçá-los e comê-los, pois essa é uma iguaria local”.

Nesta terça-feira, a OMS disse que monitora de perto os casos na região, mas que até o momento não há altos riscos de um surto se desenvolver.

Em 2019, um casal na Mongólia morreu depois de comer um rim cru de marmota, desencadeando uma quarentena que deixou vários turistas presos na região.

De 1.000 a 2.000 pessoas sofrem da peste todos os anos, segundo a OMS, mas essa estimativa não leva em conta casos não relatados.

 

Fonte: CNN

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