O Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) encontrou na tarde de quinta-feira (9) 16 cobras exóticas que estavam escondidas no núcleo rural Taquara, no Distrito Federal. A apreensão foi feita após uma denúncia anônima. A suspeita é de que todas elas pertençam ao estudante de veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, 22 anos, que na noite de terça-feira (7) foi mordido por uma cobra da espécie naja, que também pertenceria a ele.
Os animais apreendidos hoje serão levados para a delegacia do Gama (cidade satélite de Brasília) e, de lá, encaminhados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que seja realizada a identificação das espécies.
“Com muito trabalho de nossas equipes, logramos êxito em encontrar essa localidade e verificamos escondido dentro de uma baia de cavalos a presença de 16 animais, cada um numa caixa” disse o major Elias Costa.
Ainda segundo o major, várias espécies encontradas não são nativas da fauna brasileira.
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“Isso nos preocupa porque estamos vendo que de alguma forma está havendo algum tipo de contrabando desses animais” diz.
A naja, por exemplo, não é um animal nativo e seu veneno é extremamente forte, podendo matar um ser humano em cerca de 1 hora. No Brasil, não há produção de soro antiofídico para essa espécie. A única dose disponível era do Instituto Butantan, de São Paulo, que enviou a mesma para que fosse usada no tratamento de Pedro.
O rapaz está em estado grave no Hospital Maria Auxiliadora, que a pedido da família não está divulgando seus laudos médicos. Nas redes sociais dele, era possível ver diversas imagens com diversas espécies de cobras. Mas elas foram apagadas depois que o caso ganhou repercussão na imprensa de todo o Brasil.
Depois de morder Pedro, a naja ficou desaparecida por quase 24 horas. Ela foi localizada no começo da noite de ontem, por volta de 19h, no Setor de Clubes de Brasília, próxima a um shopping center, após o testemunho de diversas pessoas. Ela estava dentro de uma caixa e escondida atrás de um morro de areia.
A suspeita é de que um amigo de Pedro, que já foi identificado pela polícia (mas teve sua identidade preservada), a teria deixado lá. Ainda de acordo com o BPMA, tudo indica que ele foi até o local onde as demais cobras foram encontradas hoje, retirou a naja e deixou as demais lá escondidas. Ele vai ser intimado para prestar esclarecimentos.
A naja tem cerca de um metro e meio de comprimento e foi encontrada em boas condições. Ela foi encaminhada ao Ibama e depois ao Zoológico de Brasília, onde deve permanecer até decisão da Justiça.
Fonte: NSC