A mãe do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Olinda Bunturi Bolsonaro, foi vacinada com a Coronavac, imunizante desenvolvido no Brasil pelo laboratório chinês Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo paulista.
Dona Olinda, de 93 anos, recebeu a primeira dose do imunizante contra Covid-19 na última sexta-feira (12/2), em casa, na região central de Eldorado (SP), no Vale do Ribeira. O direito de ser vacinado em casa é assegurado a idosos, devido a problemas de locomoção comuns da idade.
Procurada, a prefeitura de Eldorado confirmou que dona Olinda foi vacinada no dia 12, mas disse que a família pediu para que não fossem registradas imagens da aplicação e afirmou não ter autorização para divulgar qual imunizante foi administrado.
O Metrópoles cruzou dados do Sistema Único de Saúde (SUS) que comprovam que, no dia 12 de fevereiro, o único imunizante aplicado em Eldorado foi o fornecido pelo laboratório chinês.
Segundo os dados, no dia 12, foram aplicadas 25 doses da vacina Coronavac em Eldorado e nenhum imunizante da farmacêutica AstraZeneca, feito em conjunto com a Universidade de Oxford. Ao todo, o município já aplicou 1.331 doses.
Desde que começou a ser desenvolvida e propagada pelo governo paulista, a Coronavac é posta em dúvida pelo chefe do Executivo federal. Em mais um episódio de antagonismo com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o mandatário do país disse que o governo federal não iria adquirir “a vacina chinesa de João Doria”.
Em novembro, o titular do Palácio do Planalto comemorou quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu os estudos clínicos da vacina Coronavac, após a morte de um voluntário. “Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu ele, em resposta a um seguidor no Facebook. Horas depois, foi divulgado que a interrupção dos testes não tinha ligação com o imunizante, pois o voluntário havia se suicidado.
Vacinação da mãe
Em meados de janeiro, Bolsonaro disse que estava conversando com os irmãos sobre a possibilidade de vacinação da mãe. Nos últimos meses, o chefe do Executivo vinha afirmando que, caso a mãe contraísse o vírus, ela seria medicada com fármacos que ele defende, mas que não têm comprovação científica.
Em razão da idade, dona Olinda faz parte do grupo considerado de risco da doença, que pode desenvolver formas mais graves do novo coronavírus.
O Palácio do Planalto foi procurado para comentar a vacinação de dona Olinda Bolsonaro, mas o Metrópoles não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.
Fonte: Metrópoles