O Campeonato Catarinense está paralisado depois que a Chapecoense identificou 14 resultados positivos para o coronavírus no clube. Atletas, comissão técnica e funcionários foram diagnosticados após a testagem da semana passada e afastados. Por conta destes casos, o governo de Santa Catarina paralisou o Estadual por, pelo menos, 14 dias.
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— Estamos tentando encontrar um erro ou motivo. Nós do departamento médico sabíamos que uma hora isso iria acontecer. Aqui na Chapecoense foi agora, com um número elevado de casos. Existem outros exemplos assim. Isso era esperado. A partir do momento que há uma movimentação maior, viagem, saberíamos que aconteceria. Não há causa ou local de disseminação. É uma disseminação comunitária, não tem como chegar em um marco zero. O contágio pode ter acontecido na comunidade e trazido para o clube. Não tem como identificar isso — disse Vinícius Mendonça, médico da Chapecoense em entrevista nesta segunda-feira (13) ao programa Show dos Esportes.
De acordo com Mendonça, os casos são consequências da liberação do futebol e da flexibilização de protocolos para que os campeonatos pudessem voltar. Segundo o próprio, não há como diminuir o risco sem um ambiente completamente controlado.
— Penso que, se a gente tivesse um ambiente 100% controlado, o risco diminuiria. Mas a gente não consegue. Não tem nenhum setor nulo na nossa sociedade. A partir do momento que o futebol e as federações entendem que a modalidade precisa retornar, a gente do clube precisa viabilizar e proporcionar a maior segurança e menor chance de contaminação. Isso foi feito da melhor maneira possível. Não tem como garantir que vamos zerar as contaminações. Os times do Rio Grande do Sul começaram os treinamentos lá atrás. Quando for evoluindo a flexibilização, os casos vão surgir. Os clubes, atletas e federações precisam dar os melhores tratamentos e respostas. Nós temos uma responsabilidade com a comunidade — falou.
Um dos casos positivos chamou a atenção nesta semana. Afinal, o zagueiro Roberto publicou nas redes sociais que estava internado no hospital da cidade. Segundo o médico do clube, o caso do atleta teve sintomas leves e o jogador está em observação.
— No geral, todos foram assintomáticos. Três dias depois dos resultados, alguns sintomáticos leves. Um atleta precisou de internação para suporte. Fora isso, tudo bem. A internação dele foi para acompanhamento, mais de perto. Não acho que seja algo tão assustador assim. As pessoas acham que os atletas são super-humanos. Ele está bem, em breve vai estar em casa com a família — relatou.
Por fim, Vinícius Mendonça disse que não houve falha no protocolo da Chape. O médico destacou que as precauções em Chapecó são as padrões orientadas pela Confederação Brasileira de Futebol.
— O protocolo da Federação Catarinense de Futebol é muito semelhante ao da CBF e nas outras ligas ao redor do mundo. Ali fica determinado uma série de restrições de contato, por número de atletas em campo, circulação em ambientes fechados, etc. Ao longo do tempo, há uma flexibilização. O objetivo final é jogar. No jogo, precisamos estar mais próximo do normal, onde tem o contato. Em relação aos testes, os protocolos não são claros e objetivos. Até porque o futebol é muito variado no nível de categoria e investimento dos clubes — comentou.
Fonte: Gaucha ZH