O governo federal atingiu a marca de mais de 800 serviços públicos federais digitalizados durante a pandemia de coronavírus.
O processo de digitalização começou em janeiro de 2019 e só neste ano, no período de isolamento social para evitar contágio da covid-19, foram incluídos mais 200 serviços.
Entre os mais acessados, o auxílio emergencial de R$ 600 para a população de baixa renda beneficiou mais de 65 milhões de pessoas desde abril.
O programa foi o primeiro de transferência de renda 100% digital, do cadastro, passando pelo cruzamento de dados, até ao pagamento. Foram pagos até agora R$ 116,8 bilhões.
“No auxílio emergencial, a gente viu a política digital em grande escala. O brasileiro não apenas adotou o canal digital, mas ajudou as pessoas a ter acesso.
Essa solidariedade é muito importante, porque a tecnologia digital tem que aproximar, não afastar. Isso é uma prioridade dessa gestão”, afirma o secretário de Governo Digital do Ministério da Economia, Luis Felipe Monteiro.
A solicitação do seguro desemprego e da carteira de trabalho também teve grande demanda neste período. Com as unidades de atendimento fechadas nos estados e municípios, os trabalhadores puderam pedir o seguro pela internet.
Somente na primeira quinzena de junho, o número de pedidos alcançou 351.315. Desse total, 250.880 (71,4%) foram realizados pelo serviço digital.
No ranking dos serviços mas procurados também estão o Cadastro Único para programas sociais do governo federal, o abono salarial, emitir o comprovante do Cadastro Único, consultar informações cadastrais no CPF, obter informações atualizadas sobre o coronavírus e obter benefícios do programa Bolsa Família.
“São mais de 800 serviços públicos que antes eram disponíveis apenas em canal presencial, onde o cidadão tinha que se deslocar para o atendimento, ficar na fila, contratar um despachante, carregar documentos etc. Agora estão disponíveis também em canal digital. De casa, pela internet, a pessoa faz o acesso de forma mais fácil.” Luis Felipe Monteiro
A população brasileira já é a 4ª do mundo em número de usuários de internet. No país, 3 a cada 4 brasileiros têm acesso à internet. Entre os jovens de 16 a 24 anos, 9 em cada 10 acessam a web frequentemente e mais de 90% usam dispositivo celular.
“Já são mais de 130 milhões que acessam a internet frequentemente, e estão cobrando que o governo atualize e ofereça canais de relacionamentos e serviços pela internet. Por isso, esse programa passa a ter essa expectativa cada dia mais importante”, avalia Monteiro.
Isolamento social
As mudanças provocadas pela crise sanitária durante a quarentena tornaram mais necessários os canais digitais. “O digital não é mais uma opção, mas a única alternativa para o cidadão receber políticas e serviços públicos.
Foi importante porque trouxe essa realidade, que para nós aumentou a importância dos serviços. Nós entregamos mais de 200 serviços púlbicos nesse período, o que significa dois serviços novos por dia. Essa velocidade é que a pandemia nos exigiu”, explica o secretário.
No caso do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o aumento da oferta de serviços online permitiu que o atendimento não parasse, mesmo com as agências fechadas desde o dia 24 de março.
Com o atendimento virtual, que já inclui 90 serviços desde o ano passado, os benefícios de aposentadoria, pensão por morte, salário maternidade e outros temas podem ser solucionados sem sair de casa. As solicitações realizadas pelo aplicativo Meu INSS facilitam o acesso a ferramentas, como a simulação de aposentadorias.
Em abril, mesmo com a crise sanitária, o instituto registrou aumento no número de concessões. Foram liberados um total de 453.249 benefícios, uma alta de 36,79% em relação a março, quando foram registrados 331.338.
Economia
A digitalização, além de facilitar o cotidiano das pessoas, traz impacto aos cofres públicos. Segundo o secretário, o atendimento online custa 97% menos que o mesmo serviço presencial.
A economia com a mudança nos órgãos públicos federais chega a R$ 2 bilhões por ano, de acordo com cálculo baseado na redução do custo para o governo (R$ 500 milhões) e da burocracia para a população (R$ 1,5 bilhão).
O portal gov.br reúne todos os 3.600 serviços públicos federais. Deste total, 58% já estão digitalizados. A meta, de acordo com o secretário de Governo Digital, é chegar a 100% até o final de 2022.
Fonte: R7