Choro e incredulidade marcam a despedida dos jovens Alex Carvalho da Cruz, 21 anos, e Diogo Felipe Veiga, 18. Os soldados vítimas de um acidente com o caminhão do Exército de Blumenau são velados nesta quinta-feira (17) na cidade de Indaial, onde moravam. Em uma cerimônia de despedida coletiva, em um ginásio de esportes, familiares e amigos prestam a última homenagem.
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Os jovens são velados com as fardas e ao lado dos caixões os pais choram a partida prematura dos filhos.
— A gente não se conforma, saiu para ir pra selva e volta desse jeito. Já foi um pedaço de mim — lamenta o pai de Alex, Antônio Carvalho da Cruz.
Alex entrou no Exército em março de 2020 e queria seguir carreira, contam os colegas do tempo de quartel. Ele tinha se formado no curso para Cabo e aguardava uma promoção. Já aspirava chegar a sargento, mas teve a vida interrompida quando o caminhão em que estava com outros recrutas caiu em uma ribanceira enquanto iam para treinamento na manhã desta quarta-feira (16).
Ao lado de Alex é velado Diogo, recém chegado ao Exército brasileiro. A mãe, inconsolável, se questionava o motivo de o filho ter partido tão jovem. Um amigo de infância recorda dos tempos de escola, quando o colega sempre tirava boas notas e nunca aprontava.
Diogo era o filho caçula e estava determinado a entrar no Exército. Ele chegou ao batalhão e não tinha o nome dele na lista, conta o cunhado Anderson Menegazzo. Por dias seguidos o jovem voltou ao quartel até conseguir entrar.
No último fim de semana, Diogo voltou para casa animado com a bolsa cheia de fardas. Realizava ali um desejo e seguia olhando pro futuro. Ia cursar faculdade de engenharia.
— Era um menino de ouro — desabafa o cunhado.
Às 11 horas desta quinta-feira, uma missa de corpo presente será realizada no ginásio. O capelão do 23º Batalhão de Infantaria e o padre João Bachmann farão a cerimônia. À tarde, após às 15h, os corpos serão levados para o cemitério municipal de Indaial em um caminhão do Corpo de Bombeiros.
A terceira vítima
Alexandre da Silva Reginaldo, 19 anos, foi a terceira vítima do acidente. Na manhã desta quinta o corpo ainda estava no IML e a família fazia os trâmites de liberação. Ele era natural de Porto Belo, no Litoral Norte de SC, mas é possível que seja velado em Blumenau.