Durante o velório da idosa Elisia Wunsch, de 92 anos, em Ascurra, no Vale do Itajaí, na manhã desta terça-feira (16), familiares perceberam que o corpo dela havia sido trocado. A polícia foi acionada e por meio de exames confirmou a troca. A idosa havia sido enterrada por outra família em Presidente Getúlio, também no Vale do Itajaí. O corpo teve que ser exumado e foi entregue à família correta durante a tarde.
De acordo com a Polícia Civil, durante o velório os familiares de Elisia perceberam diferenças na aparência física da mulher, e em seguida confirmaram que não se tratava da mesma pessoa. Os policiais foram chamados e encaminharam familiares, o corpo e os responsáveis pela funerária para a delegacia para esclarecer o paradeiro do corpo da moradora da cidade.
De acordo com a polícia, através de exames papiloscópicos ficou identificado que o corpo em questão era da moradora de Presidente Getúlio Iolanda Marchi, de 94 anos. Elisia, a idosa de Ascurra, havia sido enterrada no lugar dela horas antes.
Um parente que não quis ser identificado informou ao G1 que a idosa foi enterrada após a troca ser corrigida. Segundo ele, “todos os procedimentos foram tomados” pela família.
Corpo tinha duas mamas, sendo que idosa passou por mastectomia
De acordo com o neto de Elisia Wunsch, Marcos Roberto Wunsch, ela morreu no Hospital Waldomiro Colautti, em Ibirama, no Vale do Itajaí, após complicações de doenças causadas pela idade, na segunda-feira (15). Em razão das restrições impostas pela pandemia, que impede velórios longos, o enterro estava programado para ocorrer na manhã desta terça.
Mesmo após passar dias internada, os parentes estranharam que Elisia estivesse tão diferente. Uma das características observadas pelos familiares e que deram certeza sobre a troca foi o fato de a idosa velada ter as duas mamas, sendo que Elisia havia feito um procedimento de mastectomia para retirar uma delas anos atrás.
Segundo a polícia, assim que a troca foi identificada, os familiares presentes no velório ficaram consternados.
Conjunto de erros, diz delegado
De acordo com o delegado Ronnie Esteves, um inquérito policial foi aberto para investigar o caso, mas é a Delegacia de Ibirama que deve dar seguimento nas investigações, já que “possivelmente o fato ocorreu nas dependências de um hospital localizado naquela cidade”, informou ele.
Para o delegado, o fato do caixão enviado para Presidente Getúlio estar fechado contribuiu para a não identificação do erro por parte da família de Iolanda.
“Ao que tudo indica, hospital e funerárias contribuíram para a troca. Foi uma falha administrativa que precisa ser apurada. Em um primeiro momento, não há indícios de conduta criminosa. Foi um conjunto de erros”, disse o delegado.
O que diz o hospital
Por meio de nota, o Hospital de Ibirama informou que lamenta o ocorrido. A unidade afirma que as idosas morreram no local com poucas horas de diferença, mas que foram devidamente identificadas e os corpos, enviados ao necrotério local.
Na nota, o hospital ainda diz que os equívocos teriam sido cometidos pelas funerárias, que não identificaram corretamente os corpos. O G1 não conseguiu contato com as funerárias responsáveis até a publicação desta reportagem.
Fonte: G1