Grêmio e Inter completam nesta sexta-feira sete semanas de treinamentos nos CTs Luiz Carvalho e Parque Gigante. Um longo período de preparação, mas pouco evolutivo em alguns aspectos. A limitação a trabalhos individualizados está levando os jogadores a uma certa exaustão de atividades físicas.
Os movimentos recentes das direções dos clubes, inclusive com reuniões envolvendo os presidentes Romildo Bolzan Júnior e Marcelo Medeiros, por enquanto, não surtiram efeito. Na classificação do Estado que leva em conta os números da pandemia de coronavírus, Porto Alegre se encontra na bandeira vermelha, o que contribui para a procrastinação dos treinos coletivos.
No último domingo, o prefeito da Capital, Nelson Marchezan Júnior, afirmou que a prefeitura e o governo do Estado poderiam conversar para que houvesse um avanço. “Nos parece que é viável liberar treinos com mais pessoas”, chegou a dizer o prefeito Marchezan, mas sem estipular um prazo para isso.
Porém, o esperado encontro entre as autoridades não aconteceu. Ou seja, prefeitura e Estado não trataram da questão nos últimos dias. O tema segue em análise e debate pelo Comitê de Crise do Estado.
No Grêmio, o departamento médico já fala em risco de lesões em função da sobrecarga de trabalhos físicos. “Os treinos foram divididos em três fases: adaptativo, físico e atividade com bola. Estamos prontos para passar a uma próxima fase, precisamos dar um passo à frente”, avalia o médico Márcio Dornelles.
“O trabalho tem que evoluir para que não tenhamos processos de lesões por sobrecarga de treinos físicos”, completa. O Grêmio gostaria de implementar trabalhos que envolvessem pequenos grupos, de forma gradual.
Os colorados estão na mesma situação dos colegas gremistas. Todos concordam que a atual situação, que prevê apenas treinos sem contato físico, é melhor do que ficar em casa, como nas primeiras seis semanas após a paralisação do futebol. Porém, a atual rotina já não satisfaz mais.
Os dirigentes, inclusive, pediram às autoridades para que haja uma liberação para treinos para um número maior de jogadores, ainda que não de todo o grupo, permitindo pequenos jogos e treinos técnicos e táticos. Porém, ainda não houve uma resposta.
O principal argumento dos dirigentes, com aval da comissão técnica, é que os jogadores estariam mais seguros e protegidos da Covid-19 enquanto trabalham nos CTs do que em casa.
Fonte: Correio do Povo