Dois estudos recentes sugerem que pessoas vacinadas para outros vírus podem estar mais protegidas de uma infecção pelo coronavírus Sars-Cov-2. Segundo os pesquisadores, foi notado que alguns pacientes vacinados para tuberculose, por exemplo, desenvolveram a forma leve da Covid-19.
No entanto, ambos os estudos são preliminares e reforçam que mais pesquisas sobre o assunto são necessárias para se determinar a eficácia de algumas vacinas prévias para a proteção contra o novo coronavírus.
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Um artigo publicado na quarta-feira (5) pela revista “Cell Reports Medicine” apontou que indivíduos que receberam a vacina para a tuberculose, conhecida como BCG, nos últimos três anos e que pegaram a Covid-19, não sofreram com infecções mais graves.
“Conclusões só poderão ser tiradas quando saírem mais resultados sobre os estudos em andamento com a BCG”, ponderou Mihai Netea, um dos autores do “Safety and Covid-19 symptoms in individuals recently vaccinated with BCG: a retrospective cohort study” em entrevista à agência Reuters.
O artigo de Netea descreveu um estudo feito com 430 voluntários infectados pelo coronavírus. Deles, 266 receberam a vacina para a tuberculose, enquanto que outros 164 participantes não foram vacinados. Os do primeiro grupo tiveram sintomas mais leves da Covid-19.
Outro estudo, feito pelos pesquisadores da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, descobriu que pessoas que receberam outras vacinas nos últimos 5 anos – como a da gripe, pneumonia ou hepatite – apresentaram taxas mais baixas de infecção pelo coronavírus.
Publicado em 29 de julho como prévia (pré-print), o artigo “Exploratory analysis of immunization records highlights decreased Sars-CoV-2 rates in individuals with recent non-Covid-19 vaccinations” ainda não passou pela revisão por pares.
O estudo avaliou o prontuário de 137.037 pacientes da rede de saúde norte-americana e avaliaram que pacientes que testaram positivo para coronavírus em um RT-PCR e que receberam alguma vacina nos últimos cinco anos, estavam também entre os grupos com menos complicações da Covid-19.
Netea comentou que a descoberta feita pela clínica norte-americana sugeriu que “os efeitos benéficos das vacinas podem ser mais amplos do que os atualmente conhecidos”. Segundo ele, sua equipe observou resultados semelhantes em pacientes que receberam a vacina contra a gripe.
Os pesquisadores reforçam que ainda é cedo para afirmar que vacinas prévias são eficazes na proteção contra o coronavírus. Não há ainda nenhuma vacina ou tratamento diagnosticado para a Covid-19.
Fonte: G1