A vacina aprovada no Reino Unido usa uma técnica revolucionária. Dentro do nosso corpo, o coronavírus usa os espigões para se encaixar perfeitamente ao receptor de uma célula. O mecanismo funciona como se fosse uma chave que abre uma fechadura e rompe a parede da célula.
Ali dentro, ele se multiplica com muita rapidez, sugando a energia da célula. Milhares de novos vírus partem para o ataque para destruir outras células.
Na verdade, o nosso corpo está em permanente prontidão contra as milhares de invasões que sofremos a toda hora. Nosso sistema imunológico, composto pelas células linfáticas, começa a reação assim que é atacado.
Os macrófagos atacam os invasores e disparam sinais de alarme para outras células de defesa.
Muitas vezes essa barreira inicial não é suficiente para conter o intruso. Aí entra em ação uma parte do nosso sistema imunológico focada em identificar precisamente cada invasor e atacá-lo.
Células dendríticas começam o trabalho. Elas são como especialistas em inteligência. Coletam pedaços do invasor, resultantes da batalha inicial, e os levam esses pedaços para os linfócitos T, responsáveis pela comunicação no sistema imunológico. Os linfócitos T ativam linfócitos B e os ensinam a fabricar os anticorpos.
Finalmente está pronta a arma molecular capaz de derrotar o vilão que assola nosso corpo.
Acontece que todo esse processo pode demorar muito tempo e quando o anticorpo finalmente estiver pronto, a doença já pode ter avançado muito, se tornando irreversível.
Por isso é que a vacina é fundamental. Ela vai despertar o nosso sistema imunológico e antecipar o processo de produção dos anticorpos. Desde o início da pandemia, mais de cem grupos de cientistas no mundo inteiro se empenham na busca pela vacina.
A vacina produzida pela Pfizer com a BioNTech usa a tecnologia chamada de RNA mensageiro, diferente das tradicionais.
Nesse caso, a vacina leva para o nosso organismo uma cópia de parte do código genético do vírus. É uma espécie de mensagem, uma receita para que nosso corpo produza uma proteína do vírus. A presença dessa proteína desencadeia a produção de anticorpos do vírus. A presença dessa proteína desencadeia a produção de anticorpos.
Ganha-se um tempo que pode ser decisivo nessa luta de vida e morte. Se a pessoa vacinada for infectada, terá um exército de anticorpos prontos para neutralizar o corona, impedindo a sua multiplicação.
Fonte: Jornal Nacional