Um bar localizado no bairro Rio Tavares, no Sul da Ilha de Santa Catarina, foi completamente destruído pelo dono após ele se desentender com o locador do imóvel.
A ação, que foi registrada em vídeo, aconteceu na tarde desta segunda-feira (1º).
O Rock In Beer Pub, Bar e Restaurante fica na rua Doutor Antônio Luiz Moura Gonzaga. A Polícia Militar e a Polícia Civil foram acionadas.
De acordo com Leonardo Budim, dono do Rock In Beer e autor da destruição, o imóvel, que conta com 11 salas, foi alugado por ele em setembro de 2018. O contrato foi fechado direto com o proprietário no valor de R$ 6 mil mensais.
Budim diz que o prédio estava em situação de abandono quando foi locado. O imóvel havia sido invadido por usuários de droga e moradores de rua. Ele conta que gastou cerca de R$ 800 mil na reforma.
No começo de 2020, por conta da pandemia, o empresário diz que precisou fechar o bar e, por isso, não conseguiu arcar com o aluguel.
Em novembro, Leonardo conta que fez um acordo com o proprietário do imóvel para pagar as parcelas atrasadas. Ele afirma que cumpriu com o acordo e efetuou o pagamento de R$ 28 mil ao locador.
No entanto, o proprietário do imóvel teria entrado com uma ação de despejo em dezembro por falta de pagamento do aluguel e alegando que o acordo era inválido. Leonardo, então, destruiu o espaço e registrou a ação.
Nas imagens, o empresário aparece com uma barra de ferro quebrando a fachada do estabelecimento.
“Gastei R$ 800 mil reformando esse prédio e agora vai ficar assim. Vou entregar para ele desse jeito. Estou quebrando todos os apartamentos lá em cima e vou quebrar tudo. Vou quebrar tudo e entregar como eu peguei esse prédio. Não tinha elétrica, não tinha hidráulica, não tinha telhado, nem nada”, diz Leonardo em outra gravação.
Confusão foi parar na polícia
Em vídeo gravado durante a confusão, o proprietário do imóvel Vicente Palono Júnior, de 76 anos, aparece em frente ao estabelecimento tentando impedir que algo mais seja quebrado.
No mesmo dia, Palono Júnior registrou um boletim de ocorrência na delegacia de Polícia Civil da Lagoa da Conceição.
No documento, ele argumenta que possui uma ordem de despejo contra o inquilino. Palono diz que, conforme o contrato, as melhorias realizadas no prédio deveriam permanecer no imóvel. Sendo assim, ele acusa o inquilino do crime de apropriação indébita.
O proprietário conta ainda que Leonardo já teria ameaçado destruir o prédio ao ser avisado sobre a ação de despejo. Um boletim de ocorrência denunciando a ameaça foi registrado por Vicente no dia 25 de janeiro.
“Há 13 meses que não recebo o aluguel. Ele [Leonardo] ainda não foi notificado da ação de despejo, mas está encaminhada. Ele começou quebrando tudo já na sexta-feira. Arrancou tudo, lajotas do chão, privadas, pias, janelas, furou telhas, quebrou portas, tirou o forro. Destruiu o prédio”, descreve Vicente.
O proprietário também afirma que Leonardo não teria cumprido o acordo firmado por ambos no final do ano passado.
“O prédio estava vazio antes porque eu queria vender, mas começou a ser invadido. O Leonardo fez uma proposta para alugar e eu aceitei. Falei pra ele que se ele quisesse reformar, era por conta dele. Reconheço as melhorias que ele fez, mas agora ele destruiu tudo. Eu pretendia vender o prédio por R$ 1,8 milhão, mas agora estou pedindo R$ 500 mil”, lamenta.
Agora, Palono Júnior pretende entrar com uma ação de cobrança judicial e outra criminal por perdas e danos.
A reportagem entrou em contato com o delegado João Medeiros, da Delegacia de Polícia Civil da Lagoa da Conceição, onde o boletim de ocorrência foi registrado.
O delegado informou que os procedimentos envolvendo o caso serão definidos na tarde desta terça-feira (2) e que a polícia irá averiguar se houve a ocorrência de algum crime.
Fonte: ND+