O período de isolamento por conta a pandemia do coronavírus aproximou os tutores de seus animais. Se antes a rotina atarefada e longe de casa não permitia muitos momentos ao lado de seus mascotes, a nova realidade os colocou quase que 24 horas por dia lado a lado. Com a retomada das atividades, os pets não terão mais a presença dos donos o tempo inteiro. Especialistas ensinam a lidar com esse momento:
“Será preciso fazer uma readaptação entre os pets e seus tutores. Se quando começamos a quarentena a mudança na rotina e a maior permanência em casa nos obrigou a uma adequação dos espaços, nos afetou com alteração de humor e comportamento, tanto nos humanos quantos nos pets, com a nossa saída de casa para a volta à nossa rotina anterior também não será diferente”, explica a médica veterinária da Purina, Luciana Pellegrino.
“Os cães são altamente sociais, e é por isso que nos damos tão bem com eles, por outro lado, se eles se vêem em uma situação onde todos estão em casa e de repente não estão mais, isso pode levar a alguns problemas comportamentais”, afirma o adestrador Bruno Moreno.
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A ansiedade de separação é um dos distúrbios comportamentais mais desafiadores para os cachorros. Os pets que sofrem com esse distúrbio não gostam apenas de ficar longe de seus tutores; eles sofrem de ataques de pânico quando deixados sozinhos. “Durante um episódio, o cachorro pode exibir uma variedade de comportamentos induzidos pelo estresse, como uivar ou latir sem parar, destruir móveis, desenterrar o quintal, deixar de comer, ficar paralisado em frente a porta, entre outros”, explica Moreno.
A dra. Luciana Pellegrino diz que é preciso acostumar seu pet a uma rotina real. Com o longo período em casa é comum que hábitos como a hora da refeição, do passeio e brincadeiras e de dormir tenham sofrido alterações e/ou nem mesmo tenham mais hora certa para acontecer. Na medida do possível, volte a dar comida para o pet somente nos momentos que você vai conseguir, ao voltar do trabalho, por exemplo.
Tente programar também uma hora/período para indicar que está na hora de dormir. Os animais de estimação da família se beneficiam de rotinas, ou seja, sair e retornar todos os dias à mesma hora e repetir os horários de refeições e passeios todos os dias, ajuda os membros da sua família de quatro patas a se adaptarem às mudanças que estão sofrendo e a reduzir a ansiedade de separação do seu cão ou gato.
“É importante também criar uma rotina para o seu animal de estimação quando você estiver saindo”, acrescenta a dra. Luciana. “Não devemos fazer nenhuma despedida prolongada. Quando todo mundo estiver pronto para sair pela porta, dê ao seu animal de estimação algo para ocupar o tempo dele – como um brinquedo para mastigar recheado de petiscos – e então simplesmente saia pela porta, assim o bichinho começa a associar sua saída como algo positivo”, explica.
Crie momentos de isolamento. É importante que seu companheiro de quatro patas entenda que nem sempre ele terá companhia. Aos poucos, experimente fechar a porta do quarto/escritório em momentos de reunião, por exemplo. Escolha um período da manhã e outro da tarde onde você passe meia hora em outro ambiente sem qualquer tipo de interação: vá aumentando no decorrer das semanas este tempo. Mas lembre-se de deixar um ambiente preparado para isso, com tudo que ele necessita, um ambiente enriquecido com brinquedos diferentes, água, um lugar para descansar e outro onde possa fazer suas necessidades.
Oferecer um brinquedo com petiscos ou esconder pequenos pedaços de petiscos no ambiente para que ele se mantenha entretido por mais tempo procurando-os enquanto está sozinho também pode ser uma boa estratégia . Outra maneira de manter o ambiente enriquecido é fazer a troca e o rodizio dos brinquedos dele escondendo alguns por uns dias, isso ajuda a criar novidades para seu pet quando você os devolver e também ajuda a mantê-lo mais tempo interessado e entretido.
Horário para brincadeiras e exercício. Programe horários de brincadeiras específicos para seu gato ou cão todos os dias. E aqui reforçar positivamente o comportamento que você espera dele é muito importante. Você deve recompensar os bons comportamentos e ignorar os maus. Um petisco aqui outro ali [durante o tempo de brincadeira], para reforçar esses comportamentos positivos junto com elogios verbais, pode ser muito recompensador e relaxante para seu pet.
Levar seu cão para passear ou jogar um jogo interativo com seu gato antes de sair para o dia é outra estratégia calmante. Após o exercício, os animais de estimação costumam estar prontos para uma soneca, o que cria o momento perfeito para você sair.
Também é importante agendar um horário de interação calma com seu animal de estimação, onde os membros da família possam se sentar e os acariciar de maneira tranquila. “Isso pode ajudar a aumentar o vínculo que eles têm e recompensar positivamente o comportamento calmo” ensina a médica veterinária Luciana Pellegrino.
O isolamento social fez com que o movimento nas ruas diminuísse consideravelmente e que deixássemos de receber visitas em casa. Mas também pode ter feito com que ele se acostumasse com seu som, ou com a música que você ouve. Colocar gravações de sons ao fundo deixando um rádio, TV ou até ligar um audiolivro ou podcast pode proporcionar-lhes algum envolvimento e distração e ajudá-lo a se sentir mais tranquilo. Além disso, o som de outras vozes humanas pode fazer com que os animais se sintam menos sozinhos.
Existem até canais dedicados para animais de estimação atualmente, disponíveis com ruídos ou imagens para ajudar a manter nossos cães e gatos entretidos. Voltar a se acostumar a ficar longe dos pets será outro momento de adaptação importante tanto para nós, humanos, quanto para nossa família de quatro patas.
Começando desde agora a colocar em prática algumas dicas com certeza tudo vai acontecer de forma mais tranquila e com menos traumas. De qualquer forma, sempre observe os comportamentos de seu pet e se ele está agindo de alguma forma estranha ou fora do habitual ou em caso de qualquer dúvida e preocupação sempre consulte o médico veterinário”, aconselha a dra. Luciana Pellegrino.
A ansiedade de separação é um dos distúrbios comportamentais mais desafiadores para os cachorros. Os pets que sofrem com esse distúrbio não gostam apenas de ficar longe de seus tutores; eles sofrem de ataques de pânico quando deixados sozinhos. “Durante um episódio, o cachorro pode exibir uma variedade de comportamentos induzidos pelo estresse, como uivar ou latir sem parar, destruir móveis, desenterrar o quintal, deixar de comer, ficar paralisado em frente a porta, entre outros”, explica o adestrador Bruno Moreno.
Uma das coisas mais importantes que os donos podem fazer agora é estabelecer uma rotina que se assemelhe àquela que eles tinham antes da quarentena. “Permita que seu animal de estimação tenha um tempo a sós. Você tem o seu espaço e ele tem o deles. E mesmo que você não saia de casa, coloque o animal atrás de um portãozinho ou em um ambiente separado para a adaptação, mas sempre ofereça algo que ele goste (como petiscos ou brinquedos de roer) para que não pareça um castigo”, diz Moreno.
“Dê amor ao seu bichinho de estimação, dê atenção e não pense que eles precisam pedir tudo sentado. Nada disso tem a ver com o seu cão ter ansiedade de separação. Na verdade, alguns podem até mesmo piorarem sem a atenção dos donos. Isso é estranho para eles e pode causar estresse”, reforça Bruno Moreno.
Fonte: R7