Vivemos momentos difíceis em muitos sentidos, principalmente na saúde e na economia. Todas as ações do poder público e das pessoas implicam em consequências com resultados positivos para uns, e negativos para outros. Preservar vidas, manter normais as atividades econômicas, e levar a vida que tínhamos no passado, são questões importantes para se pensar e avaliar. Dessa pandemia que externalidades positivas e externalidades negativas serão geradas? Quando empresas se estabelecem, poluem, consumidores jogam resíduos na rua, nos parques, fumam, utilizam carros poluentes, há um custo social que alguém vai pagar.
Na sociedade são sempre os contribuintes que pagam esses custos sociais, e os recursos são provenientes de nossos impostos. Impostos que poderiam ser investidos em novos parques, creches, hospitais, estradas, e não gastos para recuperar o custo social resultante de atos inconsequentes que levam para o Governo a obrigatoriedade de recuperar a externalidade negativa da atitude inconsequente das pessoas e ou das empresas.
Acredito que após a pandemia seremos seres humanos melhores, reavaliamos quais valores importam em nossa vida, somos passageiros temporários em um ciclo, que deveria deixar um legado bom para o futuro das pessoas e do Planeta. Entendo que o setor público também vai ter que olhar para a saúde com um pouco mais de responsabilidade, entender que a saúde é o bem mais precioso para qualquer ser humano. Não pode mais haver escolhas, este vai viver e aquele vai morrer.
Quando construímos estádios ao invés de investir em hospitais e na saúde pública, perdemos grande oportunidade de melhorar a qualidade da população brasileira. Porém, preferimos dar circo e pão à população, manter a população ignorante e sem saúde, valorizando-a apenas em época de eleições por causa do voto, e pouco mudamos para transformar o país e a sociedade com uma melhor qualidade de vida. Isso é o tal custo da oportunidade, resultante da escolha de governantes. Isso vale para municípios, estados, e governo federal.
Odair Balen
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