Melhor do que a encomenda
Grandes expectativas podem levar a grandes frustrações, assim como a baixa expectativa pode sempre gerar uma surpresa agradável. O empate entre Chapecoense e Paraná está longe de ser um mau resultado para o Verdão. Enfrentar um adversário direto na briga pelo G4 da competição fora de casa e somar pontos é um fator muito positivo. Se analisarmos os números frios, sem considerar o desempenho, foi um grande ponto conquistado. Porém, há de se dizer que a Chapecoense poderia ter saído do Paraná com 3 pontos na conta. A equipe criou oportunidades, teve volume de jogo em alguns momentos e esteve perto de marcar o gol em algumas ocasiões, muito antes do placar ser aberto pelos anfitriões.
Aí temos talvez, o grande problema do Verdão nesta série B: a falta de efetividade ofensiva. O time tem se apresentado em alto nível no setor defensivo, especialmente pelas boas fases do arqueiro João Ricardo, da dupla de zaga e do volante Willian Oliveira. Contra o Paraná, a entrada de Ronei no lugar de Willian manteve a consistência defensiva, mas tirou do time a qualidade na ligação entre o meio e o ataque. E é no ataque a grande carência qualitativa do Verdão. Aylon e Paulinho Moccelin são muito esforçados, dedicados. Ambos se doam muito na questão “tática”, pois ajudam a recompor a defesa, auxiliando na marcação nas laterais, especialmente na esquerda, onde Alan Ruschel segue devendo, tanto no apoio, quanto na contenção. Porém, esses jogadores tem pecado constantemente na hora de finalizar a gol. Anselmo Ramon em alguns momentos parece sofrer com o fato de ter de sair da área quase a todo instante. Acredito que para render mais, deveria ter a possibilidade de jogar mais fixo, entre os zagueiros, com o trabalho de botar a bola para o fundo das redes. O Verdão precisa, urgentemente, treinar os arremates a gol. Para manter-se na zona de acesso à série A, não basta defender bem, é necessário marcar os gols que levam a vitória, afinal de contas, como diz o “filósofo”, com 38 empates nós garantimos o descenso na competição.
No jogo desta terça, percebemos também alguns problemas nas mexidas de Umberto Louzer. As entradas de Thiago Ribeiro e Felipe Garcia (estreando), não surtiram efeito, ou pior, foram negativas, pois deixaram o time mais lento após as saídas de Denner e Moccelin. O Paraná cresceu e chegou ao gol em uma jogada de sorte, quando um chute despretensioso desviou em Anderson Leite e encontrou as redes de João Ricardo. Foi então que, como de costume, Louzer mexeu tarde buscando alterações no panorama do jogo, com as entradas de Bruno Silva, Evando e Locatelli, após os 35 da segunda etapa. Por sorte ou benção divina (aos que acreditam), Bruno Silva achou o empate através de um chute/cruzamento “espírita”, que venceu o goleiro paranaense. A partir daí, o Verdão voltou a se recuar e segurar o empate até os 50 minutos da segunda etapa.
Dizer que foi um resultado ruim é injusto. Como dito antes, somar pontos fora de casa, e contra adversários diretos, é sempre importante. A ressalva que fazemos é que faltou ao time acreditar mais, querer mais, focar mais na vitória. Em alguns momentos da partida, parecia que o Verdão estava levando o jogo em “banho maria” para a conquista de um ponto. Em alguns jogos, dependendo do panorama que se apresenta, que faz-se necessário mais ambição, coragem. Dadas as circunstâncias da partida, com o gol marcado próximo ao apito final para a busca do empate, podemos dizer que o ponto conquistado saiu “melhor do que a encomenda”.
A Chape segue no G4 da série B, mas vem de 3 empates consecutivos; contra Náutico, no Recife, América MG em Chapecó e Paraná fora de casa. Esperamos que a vitória volte a encontrar-se com o Verdão já na próxima rodada, frente ao Brasil, em Pelotas, para retomarmos a confiança e permanecer perto da zona de classificação de ascenso. A luz amarela está acesa, mas seguimos confiantes na conquistas dos objetivos da Chapecoense. Faltam 26 pontos para garantirmos a permanência na série B.
#VamosChape
Derlei Alex Florianovitz