A grife Chanel apostou na simplicidade em seu primeiro desfile desde o início da pandemia do novo coronavírus, que ocorreu de forma virtual nesta segunda-feira (8), longe da era de coleções espetaculares do falecido Karl Lagerfeld.
Batizada de “Passeio pelo Mediterrâneo”, a coleção assinada por Virginie Viard seria apresentada em desfile no último 7 de maio em Capri, na Itália, mas o evento foi cancelado por causa da pandemia.
Nas imagens transmitidas nas redes sociais pela Chanel, não há desfile, mas uma sucessão de 51 “looks” filmados à beira-mar com um “zoom” em novos detalhes, como microbags e maxi-óculos com viseira.
“O revés” causado pela crise na saúde “não influenciou tanto a coleção, eu já queria que ela fosse menor e mais leve, em todos os níveis”, disse Viard, braço direito de Lagerfeld por 30 anos, e que assumiu o seu cargo após sua morte, em fevereiro do último ano.
“Nunca fui uma grande defensora dos desfiles faraônicos, embora os apreciava com Karl”, disse ela em entrevista publicada neste final de semana, ao jornal francês “Le Figaro”, referindo-se aos grandes desfiles da marca que ocorriam em Paris, que recriavam desde um foguete espacial a um grande supermercado.
“Às vezes, (Karl) se perguntava se não estava indo longe demais, mas até o final, suas ideias sempre foram brilhantes. Mas não sou assim e, acima de tudo, não é mais o mesmo momento”, disse Viard.
Sua “Cruise Collection” – apresentada anualmente antes das Semanas de Moda de Paris – foi projetada “para se viajar com pouca bagagem (…), com roupas fáceis para se viver e com usos variados”, descreveu.
As atrizes da década de 1960 são sua inspiração: saias longas, vestidos transparentes, “shorts”. Tudo em tons de branco, rosa e azul.
Em julho, as Semanas de Moda Masculina e de Alta Costura de Paris serão realizadas virtualmente. Viard “(tem esperança de) que em outubro possamos desfilar com a música, as modelos, mesmo que haja poucos convidados”.
Muitos nomes da indústria da moda, atingida pela crise do coronavírus, recentemente pediram para repensar a organização das passarelas por seus custos ecológicos e suas mensagens consumistas, enquanto duas grandes empresas, a Saint Laurent e a Gucci, decidiram parar de participar nas semanas de moda.
Fonte: Correio do Povo