Casados há 42 anos, Neli Teresinha Correa de Oliveira e Joaquim Soares de Oliveira morreram com um dia de diferença. O casal que estava sempre junto, teve de ser internado em regiões diferentes pela falta de leitos em Chapecó, onde viviam.
Neli foi levada para Maravilha, enquanto o marido foi transferido para Criciúma, no Sul catarinense. A idosa de 65 faleceu na manhã do dia 28 de fevereiro. Sem saber da morte da esposa, Joaquim, de 75, morreu no dia seguinte, 1º de março.
– Um não ia sobreviver longe do outro. A gente sente muito pela forma como esse maldito vírus vem tirando essas vidas da gente — contou o filho do casal Marcio Adriano Corrêa, 47 anos.
A Covid-19 já tinha atravessado a família Correa. Em julho do ano passado, o filho mais novo ficou sete dias internado em uma UTI. Roque Júnior, 33 anos, chegou a ter 80% do pulmão comprometido. Em novembro, Cirino Corrêa de Oliveira, começou a apresentar sintomas. Com o agravamento da doença, ele foi internado. Ao todo, foram 59 dias no hospital.
Os sintomas no casal apareceram no dia 17 de fevereiro. Após buscar ajuda na UPA, os dois foram transferidos para o Hospital Regional do Oeste. Segundo o filho Márcio, Neli e Joaquim foram transferidos para locais diferentes após aguardarem por uma vaga. Distantes mais 500 km, os idosos tiveram quadros distintos.
Enquanto Neli apresentava uma certa melhora e até conseguia ver os filhos por videochamada, Joaquim tinha um quadro mais delicado. A família se revezou para ter notícias sobre os dois. Roque chegou a ir até Criciúma ver ficar mais próximo do pai.
No último fim de semana, contudo, a situação mudou. Neli teve um AVC e não resistiu. Enquanto a família se preparava para o velório da matriarca, Joaquim piorou. Na manhã do dia 1º de março, ele não resistiu.
Fonte: NSC