O governo brasileiro vai comprar 10 milhões de doses da vacina russa contra Covid-19 Sputnik V, desde que seja aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), informou nesta sexta-feira o Ministério da Saúde. A decisão foi anunciada pelo secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, a representantes da farmacêutica União Química, detentora dos direitos comerciais da vacina no Brasil, durante uma reunião nesta manhã.
“Iremos contratar e comprar as 10 milhões de doses se o preço for plausível, e efetuaremos o pagamento após a Anvisa dar a autorização para uso emergencial da Sputnik V, fazendo a disponibilização imediatamente aos brasileiros. E futuramente, a depender dos entendimentos que tivermos com a União Química, interessa-nos também adquirir a produção que a empresa vier a fazer no Brasil dessa vacina”, afirmou Franco por meio de comunicado divulgado pelo ministério após o encontro.
A Rússia divulga a Sputnik V como uma das mais baratas do mercado, cujo preço é inferior a US$ 10 (R$ 53) por dose — são necessárias duas doses por pessoa.
Uma mudança dos critérios da Anvisa para concessão de autorização de uso emergencial de vacinas contra Covid-19 facilita o processo para a Sputnik V. Antes, a agência exigia que testes de fase 3 do imunizante candidato estivessem em andamento no Brasil, o que foi flexibilizado.
A União Química continua as tratativas com os técnicos do órgão regulador para apresentar o pedido de uso emergencial. Uma vez protocolado o requerimento, a Anvisa tem o prazo de 30 dias para dar um parecer final. Nesta semana, a revista científica The Lancet publicou conclusões preliminares da fase 3 de estudos clínicos da Sputnik V, realizados na Rússia, que comprovam a eficácia de 91,6%.
Os autores do artigo, que são cientistas independentes, afirmam que, embora a Sputnik V tenha sido alvo de críticas por ter sido registrada antes mesmo do início da fase 3, ela se mostrou uma vacina segura e eficaz para o enfrentamento da pandemia.
Fonte: Correio do Povo