Uma mulher de Camboriú, no Litoral Norte, testou positivo para Covid-19 em junho e, quase quatro meses depois, novamente teve sintomas e resultado positivo para a doença. O caso é investigado como possível reinfecção, como mostrou o NSC Notícias de quinta-feira (29).
Histórico
A primeira vez que a servidora pública Mari Lúcia Pereira Olegário teve os sintomas da Covid-19 foi em junho. No dia 26, fez o exame PCR, com coleta de secreção do nariz, e deu positivo.
Quase quatro meses depois, voltou a ter os sintomas, ainda mais fortes. Dia 14 de outubro, fez de novo o PCR, que deu positivo mais uma vez. O sobrenome dela está diferente nos dois exames porque em um deles aparece o nome de casada e, no outro, o de solteira.
Por isso, a Secretaria de Saúde de Camboriú e a Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive) só souberam que se tratava da mesma paciente quando foram procurados pela equipe da NSC TV. Agora os órgãos investigam se é um caso de reinfecção.
“Fizemos uma reunião até sobre esse caso e resolvemos levar ao estado, para ser estudado de forma isolada”, disse a diretora da Vigilância em Saúde de Camboriú, Josiane Farias.
A paciente tem 57 anos. Como tem hipertensão e já teve câncer três vezes, é considerada grupo de risco. Ela disse que demorou para conseguir fazer o exame de novo: “Todos os que me atenderam disseram que era impossível. Apenas o primeiro disse que é quase impossível, mas que não é impossível. Fiquei muito triste, até indignada, porque eu poderia ter tido o tratamento mais rápido”.
A Vigilância Epidemiológica do estado disse que há outros dois casos semelhantes em investigação em Santa Catarina. Caso a pessoa esteja apenas com fragmentos do vírus, ou seja, como se tivesse sobrado cepas do vírus no corpo, ela não transmite mais a doença.
“São pedaços do vírus que podem ser detectados a partir dos testes moleculares e também dos testes de antígenos, que podem detectar a presença dessas partículas virais, só que essas partículas não são infectantes. Então é importante a gente separar o que é uma extensão viral prolongada, que não é infectante, do que a gente pode ter detectado realmente uma reinfecção. Por isso investigação de todo o caso é necessária”, explicou o médico infectologista da Dive Fábio Gaudenzi.
A reinfecção só pode ser confirmada depois de uma análise genética das duas amostras coletadas. O primeiro caso de reinfecção pelo coronavírus no mundo foi confirmado no dia 24 de agosto, em Hong Kong. No Brasil, alguns estão em análise. Um deles já teve a confirmação genética, mas ainda não foi publicado em revista científica para que seja reconhecido na área médica.
“O que nós pedimos para todos é que continuem tomando os cuidados de prevenção. Essa sim é a melhor forma de estar evitando a proliferação do vírus”, afirmou a diretora da Vigilância em Saúde de Camboriú.
Fonte:G1