Ryan evitou fazer previsões sobre o número de mortes que a Covid-19 pode causar na região, mas realçou que os níveis de transmissão têm crescido de maneira preocupante em diversos países, com uma alta entre 25 a 50% no número de casos na última semana.
“A situação nas Américas ainda está evoluindo, sem ter chegado ao pico e que deve resultar em um número constante de casos e mortes nos próximos dias. Tentar prever o número de mortes não ajuda muito neste momento”, disse o epidemiologista.
Esta seria a única maneira de evitar possíveis novos lockdowns, explicou o médico. “Acho que ninguém quer voltar a isto. É muito difícil sair desta pandemia sem seguir estes passos”, ressaltou. Líder técnica da OMS, Maria Van Kerkhove destacou que a temporada da gripe está começando na região, o que pode dificultar na identificação e tratamento dos pacientes.
Questionado sobre o pico no Brasil, Michael Ryan enfatizou que as ações tomadas por um governo e pela população influem diretamente no número de casos. “O vírus não age sozinho. Ele explora uma vigilância fraca, sistemas de saúde fracos, governos pobres e a falta de educação e empoderamento das comunidades. É isto que precisamos tratar”, disse.
Para Ryan, não existem “respostas mágicas” para que o Brasil saia da pandemia. “Olhem para os países que controlaram a doença. Vocês encontrarão as suas respostas”, completou.
Segundo ele, a estratégia para o combate à doença deve ser feita envolvendo todas as esferas governamentais, exigindo uma comunicação clara com a população sobre as medidas a serem tomadas. O diretor também afirmou que os sistemas de saúde locais devem ser capazes de isolar, testar e rastrear os contatos de pessoas infectadas.
Fonte: CNN Brasil