Coluna | Inquietações
A moda agora é duvidar de tudo! Instantaneamente toda e qualquer informação que não tenha um gráfico estilizado com um “p-value significativo”, simplesmente não serve para nada.
O brasileiro descobriu (muito tarde) que a ciência tem respostas a dar. Na ânsia de acalmar a própria ignorância e o medo, tudo que não tiver um “amparo científico”, é descartado.
“Aquele gráfico me deixou seguro agora…”
Ledo engado…
Os “achistas” estão se lambuzando com o festival de números lançados ao vento todos os dias. No inferno dantesco da política brasileira, até mesmo a ciência é vítima.
Números de vidas salvas simplesmente são divulgados sem saber como exatamente isso aconteceu. A matemática do desejo inserida na equação do devaneio…
Parece que os vírus de hoje não obedecem a ninguém, especialmente a modelos estatísticos que analisam números viciados. Que coisa…
Ciência passou a ser o que der na telha do falastrão mais desinibido…
Ciência nunca deixou de ser ciência, assim como lockdown não é imunização…
Essa gente, achando que pode acreditar na própria “ciência” quer fazer cumprir regiamente o mandamento poético: “Se puder, fique em casa! Mas se não puder, dane-se, que não é problema nosso!”
Os guardiões da ética estão aí falando que a culpa é de quem circulou. Só não dizem que ficar em casa não é seguro de vida, achando que o vírus obedientemente irá ficar do lado de fora…
Isso é o que eles acham que a ciência diz…
Os xiitas da prisão domiciliar continuam a esfregar, dia após dia, números e mais números na cara de quem tenta ser minimamente responsável com a saúde dos outros e que procura manter a própria dignidade…
Finalmente, os governantes covardes surfam nessa patrulha tentando transformar o lockdown místico em estandarte político.
Eles não salvaram, e nem salvarão ninguém! A verdade, não pode ser trancada!
Guilherme Menegon Giesel
Gaúcho, Chapecoense por escolha, cientista inacabado e um entusiasmado por empreendedorismo.