Sergio Moro “tinha bala na agulha”, diz Eliane Cantanhêde.
“Ou melhor, uma bomba atômica. Ao comunicar sua demissão do Ministério da Justiça, Moro falou da investida política de Bolsonaro na PF e, na mesma noite, expôs a troca de mensagens em que o presidente reclama das investigações contra dez ou doze deputados do PSL e diz: “mais um motivo para a troca (na PF)”.
O golpe mais certeiro, porém, Moro reservou para o depoimento à PGR e à PF, tratado erroneamente como tiro n’água por bolsonaristas. Na realidade, ele foi estratégico e avassalador.
Enquanto frisava que jamais acusara Bolsonaro de crime (medida preventiva contra denunciação caluniosa), Moro deu, sem histrionismo e adjetivos, como quem não quer nada, todos os passos para as investigações. E dissimulou a bala de prata: a reunião de 22 de abril”.