Coluna | Inquietações
O ovo ou a galinha?
O clássico jargão que brinca com o loop infinito de causa e efeito, se aplica também a outro, esse sim, mais “democrático”.
Senadores julgam impeachment de ministros do supremo. Ministros do supremo julgam crimes de senadores…
O loop infinito do “deixe para lá” está formado… e é constitucional, viu cidadão!
Se para esse pessoal está tudo tranquilo, agora eles podem “trabalhar”. E andam bem ocupados…
Se a autocensura ditada pela patrulha do politicamente correto não é o bastante, chamemos os supremos editores…
Graças ao Supremo Editor Federal, você não precisa ter mais medo de falar o que não deve. A carência editorial foi superada. Pode-se haver insegurança jurídica para tudo nesse país, menos para notícias, é claro!
Os supremos editores estão com tesouras afiadas. Se precisarem eles cortam, ou prendem mesmo…
Chega de subversão, o preço da liberdade é a eterna mordaça. O silêncio não precisa edição…
Enquanto os fakes do passado (esses sim, bem verdadeiros) fazem lives moderninhas se maravilhando com as “glórias” da época em que o “Brasil era feliz”, os que enxergam e entendem o estado das coisas, são demonizados. Claro, a conta chegou e o boleto é alto, mas o “pessoal do bem” não quer saber disso. É muita opressão para o “mundinho feliz” deles…
A beleza da democracia é ver os históricos defensores da liberdade de expressão homenageando os supremos editores da nação com o silêncio. Para que arriscar né?
Mantenha sua cabeça em lockdown e ninguém irá lhe incomodar…
A ideia de limpeza do debate nacional por meio do cancelamento editorial só não dominou o mundo em 45 porque foi óbvio demais. O pessoal togado está demonstrando que com dissimulação se chega muito mais longe…
A censura do bem dispensa a volúpia do sensor. A alma do negócio é o vassalo. Goebbels ficaria orgulhoso…
Então, o que veio antes: ovo ou galinha? Não importa mais, as raposas já estão no galinheiro…
Guilherme Menegon Giesel
Gaúcho, Chapecoense por escolha, cientista inacabado e um entusiasmado por empreendedorismo.