A vida real e o virtual já se misturam em várias atividades no dia a dia das pessoas e, até mesmo, quando o assunto são as fazendas. Além das ferramentas digitais em máquinas, softwares de gestão, simuladores e outras, videogames e “gamificação” na vida real despertam interesse de milhões de amantes e profissionais do campo.
Este modelo de aprendizagem pode ser chamado de “gamification” (gamificação), ou seja, um modelo de interação lúdica que estimula o engajamento de pessoas. A vantagem? Ele permite, além de diversão, aprendizado de aspectos técnico, administrativo e operacional de uma fazenda sem o risco de prejuízos da vida real.
Um dos “games” mais populares do mundo, o Farming Simulator 2019, por exemplo, está gratuito para os assinantes do PlayStation Plus até dia 1º de junho segundo a Sony. Já existe, inclusive, o Farming Simulator 2020.
Extremamente popular na Europa, o simulador reproduz as situações de uma propriedade rural, na qual o jogador deve gerenciar suas plantações e cultivos de diferentes tipos de plantas e manejo de vários tipos de animais, oferecendo veículos e instalações exatamente iguais aos da vida real.
Desenvolvido pelo Giants Software, o jogo não é só “trabalho”. Ele conta com passatempos da vida no campo, como passeios à cavalo ou uma simples volta nos tratores, para o jogador se distrair enquanto mantém sua propriedade no mundo virtual.
Game na vida real
Mas jogar “aprendendo” por meio do gamification também tem um modelo “open air” (a céu aberto), como em um dia de campo. A empresa Agricultura Inteligente é uma das pioneiras no Brasil a usar este modelo para treinamentos profissionais.
Lucas Jacinto, sócio da Agricultura Inteligente, conta que o primeiro treinamento ocorreu em 2017, enquanto ele e seus sócios ainda trabalhavam em uma multinacional do setor.
“O desafio era treinar 60 pessoas no manejo de plantas daninhas. Nossa primeira ideia foi criar slides como todo mundo faz, mas tivemos a ideia de fazer algo diferente. Foi um sucesso”, lembra.
Desde então, a Agricultura Inteligente, que também atua na área de consultoria e suporte técnico, roteirizou e consolidou o treinamento “gamificado”, que foi apresentado em eventos pagos.
“Apresentamos o MVP do AgroGame na Universidade Estadual de Londrina no ano passado e tivemos 45 pagantes entre produtores rurais, agrônomos, doutorandos e estudantes. O assunto foi o manejo de plantas daninhas”, detalha.
Assim, o AgroGame leva os participantes a campo e apresenta um roteiro de atividades para consolidar os aprendizados com experiência real. Para isso, contam, por exemplo, com equipamento de aplicação, um aplicativo digital com recursos de IA (Inteligência Artificial), o IM4, e até técnicas de RPG.
“Foram quatro equipes para quatro perfis de produtor que imaginamos, entre eles, o executivo de business, o agricultor tradicional, o técnico e o proprietário de sucessão familiar. Assim, vamos além do conteúdo técnico e também acrescentamos personagens com perfis psicológicos ou sociais de clientes”, finaliza.
Fonte: Canal Rural