Afinal, estou procrastinando no trabalho ou a falta de foco nas atividades diárias é uma consequência esperada com as mudanças na rotina? Muita gente acredita que a procrastinação nada mais é do que uma espécie de preguiça ou falta de vontade de fazer algo, mas pode não ser só isso.
Este é o altera trazido pelo psiquiatra Pedro Marcelino. “A procrastinação, por definição, é um atraso voluntário na realização de certas atividades, que gera angústia e sofrimento de um modo geral. Existem razões emocionais e até fisiológicas que podem nos levar a esses adiamentos nocivos, que envolvem fatores comportamentais, emocionais e cognitivos”, esclarece o médico.
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Segundo Pedro, neste período de isolamento social por conta da pandemia de coronavírus, procrastinar pode se tornar um hábito mais comum que o normal. “A falta de convivência social dentro de um isolamento forçado, sem a possibilidade de momentos de lazer como happy hour, pausas para o café e troca de ideias com os colegas de trabalho fazem com que os dias se tornem mais longos, aumentando assim o índice de procrastinação”, afirma.
O isolamento social também propicia uma maior autonomia sobre o nosso tempo. Portanto, é normal priorizar atividades secundárias, ou ainda, colocar o lazer em primeiro plano, tornando mais difícil focar no trabalho ou em realizações que demandem um esforço maior. “Quando uma tarefa é adiada por nossa própria falta de ação, costumamos sentir angústia, podendo desencadear ansiedade ou agravar quadros depressivos existentes, já que falhamos em alcançar nossos objetivos e metas”, alerta o psiquiatra.
Como evitar a procrastinação
De acordo com Pedro, existem alguns métodos e ferramentas que podemos acrescentar em nossa rotina para evitar que o quadro aconteça. Confira as indicações do psiquiatra:
1) Organize uma agenda: seu cérebro precisa entender que ele “não está de férias”;
2) Faça uma divisão de suas atividades: transforme uma tarefa que demanda um esforço maior em várias pequenas atividades. Se tem que entregar um extenso projeto, dividia-o em etapas, assim o nosso cérebro tende a enxergá-las de uma maneira mais “amigável”;
3) Crie recompensas: se você concluiu uma atividade importante, faça uma pequena pausa, como um gesto de zelo consigo;
4) Afaste-se de distrações: as redes sociais, plataformas de seriados e os familiares tendem a ser vilões nessa hora. Procure um ambiente calmo e isolado para realizar suas atividades;
5) Crie mensagens de auto motivação: durante a quarentena muitas coisas podem não fazer sentido ou parecerem distorcidas, gerando assim desconforto e tristeza. Uma mensagem do positiva pode ser muito bem-vinda;
6) Tentar se superar é a melhor maneira da sua motivação retornar. Crie desafios e reflita antes de se render à reclamação: como seria possível resolver o problema de outra maneira?
É importante avaliar se a procrastinação ocorreu de uma forma pontual ou está se tornando um hábito e trazendo impactos negativos para a nossa vida. “A chave de tudo isso é o equilíbrio: não se cobrar tanto em um período onde todos estão se readaptando e não se acomodar em meio às desculpas”, finaliza o médico.
Fonte: Correio do Povo