A falta de funcionários tem prejudicado a montagem de novos leitos de terapia intensiva (UTI) para pacientes com a Covid-19 nos hospitais regionais de Xanxerê e São Miguel do Oeste, no Oeste catarinense.
As unidades receberam respiradores do estado há algumas semanas, mas ainda não há novos espaços ativos para receber pessoas que tenham contraído o novo coronavírus.
Santa Catarina tem 24.364 casos da doença e 312 mortes, segundo o último boletim do governo estadual.
Hospital em Xanxerê
O Hospital Regional São Paulo, de Xanxerê, atende pacientes de 14 regiões e recebeu 10 novos respiradores do governo do estado, na primeira semana de junho. A cidade está com 90% dos leitos de UTI para coronavírus e geral ocupados.
A direção do hospital disse que logo após a chegada dos equipamentos, iniciou o processo de habilitação na Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde, e que abriu um processo para a contratação de equipe, só que tem encontrado dificuldade em conseguir profissionais com experiência no trabalho de terapia intensiva, especialmente na área da enfermagem.
A unidade tem 10 leitos de UTI destinados de forma exclusiva ao tratamento de pacientes com a Covid-19. De acordo com o último boletim, 9 estão ocupados. O que preocupa é que a taxa de ocupação tem se mantido entre 80 e 90%, e o fato de a unidade receber pacientes de 14 municípios da microrregião da Associação Municípios Alto Irani (Amai).
Até domingo (28), o hospital registrou 29 altas de pacientes recuperados da doença e 19 mortes. É a unidade hospitalar com maior número de óbitos da região.
Hospital em São Miguel do Oeste
Outro que também enfrenta dificuldade, principalmente na contratação de profissionais capacitados, é o Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, de São Miguel do Oeste. A direção informou que também está com problemas na compra de medicamentos que estão escassos no mercado.
A unidade recebeu 10 respiradores no fim do mês de maio e montou a estrutura e equipamentos necessários para a abertura dos 10 novos leitos de UTI. Mas, para tal, perdeu espaço de leitos clínicos. E por isso, pode precisar de suporte de hospitais menores da região para a internação de outras doenças.
A ocupação da UTI exclusiva da Covid-19 é de 55%, com cinco pacientes internados em nove leitos disponíveis. Se houver a necessidade de mais internações, o hospital pode ativar os novos leitos.
O hospital foi o escolhido pelo estado como referência no tratamento da Covid-19 para a região Oeste. Dois óbitos pela doença foram registrados na unidade.
Outro lado
A reportagem da NSC entrou em contato com a assessoria do governo do estado para saber se há planos de ativação de novos leitos e ampliação das vagas nas cidades e regiões em situação mais crítica, mas ainda não teve retorno.
Fonte: G1