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Brasil, 1 milhão de casos: como chegamos aqui e o que vem agora

Depois de 114 dias do primeiro registro de um paciente infectado pelo novo coronavírus, em fevereiro, o Brasil tornou-se na sexta-feira (19) o segundo país do mundo a ultrapassar a marca de 1 milhão de registros de pessoas infectadas. Com o dobro de casos, os Estados Unidos lideram em quantidade de doentes de covid-19 e também de mortos.

Pesquisadores estimam, entretanto, que o número de brasileiros infectados pode ser até seis vezes maior. Isso se deve à baixa capacidade de testagem da população, que gera subnotificação.

Dados compilados pela Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, mostram que o coronavírus já infectou mais de 8,5 milhões de pessoas no mundo desde que o vírus Sars-CoV-2 foi identificado pela primeira vez no final de 2019, na China.

No Brasil, foram necessários 95 dias a partir do registro do primeiro infectado para se chegar a 500 mil casos e depois mais 19 dias para se atingir 1 milhão de contaminados. Desde o início de junho, porém, houve uma estabilização da pandemia. Durante três semanas, a média diária de casos e mortes oscilou pouco, e a curva chegou a um platô, ou seja, continua no alto, mas já apresenta uma trajetória plana, sem crescimento.

1.032.913

era o número de casos confirmados do novo coronavírus no Brasil até a sexta-feira (19), segundo o Ministério da Saúde

48.954

pessoas morreram por covid-19 no país até a mesma data, de acordo com o órgão

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), isso não significa que o país tenha atingido o pico da doença e precisa agora redobrar a cautela e reforçar medidas de distanciamento físico e de higiene para não ter um novo aumento.

País de dimensões continentais, o Brasil apresenta realidades distintas em relação à pandemia. Enquanto em Manaus hospitais de campanha estão sendo fechados pela redução nas internações, estados como Paraná, Minas Gerais e Paraíba registram crescimento nos casos.

Mesmo que os números mostrem que o vírus ainda circula pelo país sem um controle efetivo, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro flexibilizaram as quarentenas e reabriram lojas e shoppings, o que preocupa especialistas. Países europeus esperaram mais de um mês após o pico da doença e retomaram atividades com quedas de 70% no número de casos, o que ainda está longe de acontecer no Brasil.

Ainda na sexta-feira (19), o Ministério da Saúde divulgou orientações para a “retomada segura das atividades e o convívio social seguro”. O texto traz recomendações sobre distanciamento, higienização de ambientes e uso de máscaras. A pasta, comandada interinamente pelo general da ativa Eduardo Pazuello, não tem ministro titular há 35 dias.

Devido ao grande número de pessoas morando em comunidades pobres, em casas com poucos cômodos e sem saneamento básico, orientações como a do minstério não têm surtido efeito. Na quarta-feira (17), a OMS pediu ao país que apoie a população mais pobre.

Fonte: Nexo Jornal

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