A Sérvia é o primeiro país da Europa a realizar uma eleição nacional, no próximo domingo (21), desde que o continente foi atingido pela pandemia do novo coronavírus, há três meses. As autoridades informaram que vão disponibilizar máscaras protetoras aos eleitores nas seções eleitorais para tentar evitar propagação da Covid-19.
O Partido Progressista Sérvio, do presidente Aleksandar Vucic, deve conquistar mais de 50% dos votos, de acordo com as últimas pesquisas, impulsionado pela percepção dos eleitores de que o governo lidou com a pandemia de forma eficaz e amenizou seu impacto econômico.
A Sérvia, com uma população de 7,2 milhões, já registrou 12.616 casos confirmados de Covid-19 e 258 mortes.
“Se eu tivesse 1.000 votos, daria todos a Vucic. Ele nos orgulha de ser sérvio. Ele lidou com a epidemia de coronavírus muito melhor do que os líderes de outros países”, disse Pero Ciganovic, um aposentado de 78 anos.
Cada aposentado no país recebeu € 130 e os demais cidadãos adultos receberam € 100 cada para ajudar a combater os efeitos da quarentena. O governo também anunciou um pacote de recuperação de € 5,1 bilhões para empresas.
“De acordo com nossa pesquisa durante a quarentena, a confiança nas instituições estatais aumentou”, disse Bojan Klacar, diretor executivo do CESID, uma empresa de pesquisas de Belgrado. “Em tempos de crise, as pessoas se reúnem em torno de seus líderes.”
Espera-se que o parceiro de coalizão de Vucic, o Partido Socialista, seja o segundo mais votado na eleição, com cerca de 10% dos votos, enquanto um partido de centro-direita da oposição liderado por Aleksandar Sapic, prefeito de um município de Belgrado, deve ficar em terceiro.
A Sérvia foi um dos primeiros países europeus a começar a abrir suas fronteiras em 22 de maio. Também foi um dos primeiros a permitir que os torcedores voltassem a frequentar estádos de futebol sem máscaras.
Alguns partidos da oposição fragmentada da Sérvia defenderam um boicote à eleição, dizendo que ela não será livre e justa devido ao firme domínio de Vucic sobre a mídia. Eles também acusam o presidente, que não disputa a reeleição, de usar sua posição como presidente para promover seu partido.
Os eleitores apoiam amplamente os esforços da coalizão governista de pressionar pela adesão da Sérvia à União Europeia (UE), mesmo mantendo fortes relações com a Rússia e a China.
Mas o novo governo enfrentará crescente pressão da UE e dos EUA para reconhecer a independência da antiga província sérvia do Kosovo, vista como chave para a estabilidade regional.
Por enquanto, cautelosos em perder o apoio nacionalista, nem Vucic nem outros políticos parecem dispostos a fechar um acordo com os kosovares.
Fonte: CNN Brasil