A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira um alerta sobre o crescimento dos casos de falsificação de medicamentos no Brasil. De acordo com o órgão federal, em 2018 foram identificadas três ocorrências, no ano seguinte quatro. Já nos seis primeiros meses de 2020, o número saltou para cinco.
Entre os casos, há uma incidência maior entre remédios de alto custo. Lotes de Harvoni, por exemplo — que é indicado para o tratamento da hepatite C crônica—, estão entre as falsificações.
“Ações de fiscalização mostram que as quadrilhas estão se especializando nesses medicamentos uma vez que possuem o uso mais restrito, então poucos frascos podem render muito lucro e a falsificação se torna de difícil percepção”, explica a nota da agência.
As organizações criminosas têm atuado, principalmente, durante o processo de importação e venda de medicamentos no país. “Os produtos médicos falsificados são, normalmente, transportados por avião ou barco, muitas vezes usando rotas diferentes das usuais”, alerta.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), agência subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU), classifica um remédio como “fraudulento” quando são identificadas alterações em relação à identidade visual, origem e, também, produção da substância.
“Medicamentos falsificados podem possuir substâncias controladas, proscritas ou até tóxicas em quantidades desconhecidas, e ainda apresentar o insumo farmacêutico ativo em quantidades incorretas ou completamente ausente, resultando em ‘medicamentos’ fora dos padrões essenciais de qualidade, eficácia e segurança”, alerta.
O aumento acontece em meio à pandemia de Covid-19, doenças respiratória que já matou mais de 388 mil pessoas em todo o mundo, segundo a Universidade Johns Hopkins.
Fonte: Correio do Povo