Coluna: Inquietações
As 11 togas supremas resolveram se movimentar. Revestiram-se de seus mantos negros, mais uma vez, para fazer “justiça”. Como deuses olimpianos nos campos Elíseos da Praça dos Três Poderes, enviaram seus mensageiros aos “gabinetes do ódio”.
Estranho, pois desde 2013 “descobrimos” que a voz das ruas pode ser ouvida. Porém algumas vozes fazem mais barulho que outras. “Deixe esbravejarem contra o pessoal do outro lado da avenida”, imaginaram eles.
Desde então, as “fake news” começaram a causar desconforto. As investigações e os resultados obtidos por seus pares do baixo clero começam a deixar essa nobreza judiciária incomodada.
Enquanto isso, os processos aguardando julgamento são uma pedra no sapato de quem quer vozes caladas. O pessoal do colarinho branco pode esperar. Quem causa problema de verdade está com o celular na mão.
Em últimos casos, também “governa-se” por liminares autocráticas, basta apenas uma assinatura. No único poder completamente afastado da urna, as relações importantes são feitas por lobby institucional. O “notório saber” apenas precisa impressionar àquele quem o indica. Na conduta ilibada da supremacia não existe democracia: a decisão é tomada e fim de papo!
Impeachment, cassações, prisões, falta de decoro, conselho de ética e outros fatos moralizadores são para aquele pessoal eleito. Do outro lado da avenida, o negócio é feito diferente. Lá, cada cabeça, uma sentença! Contra fatos e críticas desagradáveis, aí sim somente uma e contundente atitude! Tamanha vontade e resolução causa estranheza, especialmente para os padrões brasileiros de justiça…
O regimento interno é seu guia, a Constituição só vale da porta para fora. Cuidado, pois esses indivíduos guardam a lei.
Quem dará limites aos deuses supremos?
Guilherme Menegon Giesel
Gaúcho, Chapecoense por escolha, cientista inacabado e um entusiasmado por empreendedorismo.