O escárnio de 1,8 bilhões em alimentos e o desrespeito aos princípios da administração pública
Juliano Fossá
1 – Não há mais argumentos que sustentem o governo Bolsonaro numa posição honrosa frente à sua condução no executivo federal. Os gastos em alimentos que vieram a tona nas últimas semanas deixaram desveladas as gastanças com o dinheiro público.
2 – Qual gestor permaneceria no cargo após sua equipe de compras adquirirem grande quantidade de produtos com preços exponencialmente acima do mercado. As informações até aqui dão conta que foram pagos R$ 162,00 e R$ 89,00 respectivamente por unidade de leite condensado e bombom. Em valores de mercado no varejo, qualquer consumidor adquire o leite condensado por volta dos R$ 6,00. É para refletir.
3 – Se há fumaça… A situação piora quando soubemos que algumas das compras foram feitas sem licitação e em pequenos comércios que em tese não teriam as condições mínimas para competir em uma licitação pública de preço e qualidade.
4 – A justificativa piorou. O Exercito brasileiro justificou a compra do leite condensado para suprir a necessidade calórica de equipe. Até hoje desconheço uma dieta em que as nutricionistas indiquem especificamente este produto. Corrijam-me…
5 – “De onde menos se espera, não sai nada mesmo”. O presidente ao invés de anunciar a apuração das informações e propor medidas para identificar possíveis erros no processo, diz que as latas eram para enfiar no r_ _ _ da imprensa. Postura à altura do cargo que ocupa JMB, nunca nem chegou perto.
8 – Para piorar, no mesmo dia que os gastos vieram a tona, o portal da transparência na internet “saiu do ar”. A justificativa foi o número de acessos. Cada um com seu entendimento.
9 – Em tempo, entre os princípios da administração pública estão a eficiência e a publicidade dos seus atos. Parece óbvio, mas em tempos atuais é necessário retomar tais questões elementares.
10 – Não há mais desculpas. Com aliados na presidência do Senado e Câmara Federal, não tem mais como, o executivo federal alegar que estes não os deixam governar. É hora, mesmo que bem atrasado, de mostrar serviço.
Abraço da semana – Aos amigos Valdelir, Valdecir e Valdemir da OesteFer.
Doutorando em Administração na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mestre em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais (UNOCHAPECÓ), Pós-Graduado Lato Sensu em Gestão Universitária (UNIVALI) / Pós-Graduado Lato Sensu Gestão Empresarial (UNOCHAPECÓ), Bacharel em Ciências Econômicas (UNOCHAPECÓ).
A opinião de nossos colunistas não reflete necessariamente a visão do veículo.