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Regiões Oeste e Sul de SC têm mais 70% das vagas de UTI pelo SUS ocupadas

Um levantamento feito pelo governo de Santa Catarina a pedido do Jornal do Almoço da NSC mostra que pelo menos duas regiões estão com a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pela rede pública acima de 70%.

O número preocupa por causa da possibilidade de faltar esse tipo de leito durante o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.

No total, são 5,5 mil casos de Covid-19, incluídas 94 mortes, conforme dados divulgados na quarta-feira (20).

O Ministério Público (MPSC) já pediu duas vezes na Justiça que o Poder Executivo forneça informações sobre a taxa de ocupação dos hospitais e mais detalhes das ações de ampliação do sistema de saúde.

Taxa de ocupação de leitos de UTI em alguns estados — Foto: Reprodução/NSC TV

Taxa de ocupação de leitos de UTI em alguns estados — Foto: Reprodução/NSC TV

A taxa de ocupação de leitos de UTI no estado é de 58%. Apesar da alta, o índice é menor do que os de outros estados como o Amazonas, que tem 82%, Ceará, 88,4%, São Paulo, 71,7%, e Rio de Janeiro, 86%. Os dados são dos governos estaduais.

Porém, em algumas regiões catarinenses, essa taxa começa a provocar preocupação por causa dos percentuais de ocupação:

  • Região Oeste – 74,29%
  • Região Sul – 70,59%
  • Foz do Rio Itajaí – 61,80%
  • Norte e Planalto Norte – 59,29%
  • Alto Vale – 57,46%
  • Grande Florianópolis – 49,37%
  • Meio Oeste e Serra – 47,25%
Taxa de ocupação de leitos de UTI em regiões de Santa Catarina — Foto: Reprodução/NSC TV

Taxa de ocupação de leitos de UTI em regiões de Santa Catarina — Foto: Reprodução/NSC TV

No Sul, a segunda região que mais preocupa, os municípios da região de Laguna aguardam 40 leitos novos prometidos pelo governo, ainda sem data pra serem abertos.

“Não temos essa previsão. A gente não tem previsto nem se serão implantados, não temos a confirmação se serão implantados esses leitos nesses hospitais, e qual é a data prevista da real efetivação”, disse Rosenvaldo Júnior, prefeito de Imbituba e presidente da Associação Municípios Região de Laguna (Amurel).

Na Foz do Rio Itajaí, a terceira região com taxa mais alta, o Ministério Público tem a mesma reclamação. E depois de receber informações genéricas, pediu mais uma vez na Justiça que o governo do estado explique onde e quando haverá novos leitos de UTI na região.

Na ação, o MP cita dados do governo que apontam pra uma taxa de ocupação de mais de 90% no hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú. Na segunda-feira, a Justiça ordenou que o governo apresente as informações – sob pena de multa de R$ 100 mil ao secretário de estado da Saúde.

A NSC TV pediu ao governo do estado que detalhasse o plano de expansão dos leitos de UTI, mas a resposta foi que não havia disponibilidade para entrevistas exclusivas – apenas nas coletivas, nas quais nem todas as perguntas dos jornalistas são lidas.

Na segunda-feira (18), em uma dessas coletivas, o governador Carlos Moisés (PSL) disse que, na semana que vem, vai lançar uma nova ferramenta com informações sobre o combate à pandemia no estado. O chefe do Executivo estadual não entrou em detalhes, mas deu a entender que serão disponibilizadas projeções e dados do isolamento social.

“Novos dados serão disponíveis também ao cidadão para orientar os governos municipais, o governo do estado, bancos de informação, que são um carro-chefe”, disse ele na ocasião.

Ainda segundo o governador, a ferramenta vai ajudar o governo a definir para onde irão os novos leitos de UTI. “Essa ferramenta vai nos possibilitar, inclusive, dimensionar para onde irão os novos leitos de UTI, os novos equipamentos que o estado vêm adquirindo para montar novos leitos. Estamos com dedicação exclusiva para Covid, cerca de 21% de ocupação”, acrescentou Moisés.

Para Rosenvaldo, a tendência é que os pacientes infectados aumentem ainda mais com a retomada de mais atividades, por isso a necessidade de preparar a rede de saúde.

“Se a gente conseguir manter este nível de epidemia, manter estas taxas de infecção como estão hoje, é claro que vai conseguir atender à demanda. Agora, a preocupação é que novos serviços voltaram a funcionar, em breve, de repente, vamos ter o retorno de transporte público e da atividade escolar, e pode, claro, acontecer um aumento maior do número de casos.

E, por isso, a gente tem sim que prever o aumento da nossa estrutura, porque se esse aumento do número de casos aumentar, o que hoje está numa ocupação tranquila pode ser um problema nos próximos meses”, disse.

A reportagem ainda aguarda resposta do estado em relação à ampliação de leitos, quando ficarão prontos e onde serão os hospitais de campanha, e a respeito do pedido do Ministério Público de maiores informações sobre o sistema de saúde.

Fonte: G1 Santa Catarina

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