O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (6) que é preciso “tocar a vida”, ao comentar o fato de o Brasil se aproximar da marca de 100 mil mortes pelo novo coronavírus.
“A gente lamenta todas as mortes, já está chegando ao número 100 mil, talvez hoje. Vamos tocar a vida. Tocar a vida e buscar uma maneira de se safar desse problema”, declarou, ao lado do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.
Até as 20h desta quinta, o Brasil já registrava 98.644 óbitos e 2.917.562 diagnósticos de Covid-19, segundo o levantamento do consórcio de veículos de imprensa. Nas 24 horas anteriores ao boletim, foram 1.226 mortes registradas.
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O Ministério da Saúde divulgou dados similares: 98.493 mortes, sendo 1.237 nas 24 horas antes do boletim, e 2.912.212 casos confirmados.
Como o ritmo tem se mostrado relativamente constante, a previsão é de que o Brasil chegue à marca de 100 mil óbitos entre sexta (7) e sábado (8).
O Brasil é o segundo país com o maior número de mortos pela Covid-19 – atrás apenas dos Estados Unidos, que já contabilizam mais de 160 mil casos fatais. A Índia, terceiro país da lista, tem pouco mais de 40 mil óbitos.
Segundo a Reuters, o planeta ultrapassou a marca dos 700 mil mortes por coronavírus nesta quinta (5).
Além de Estados Unidos e Brasil, Índia e México lideram a alta dos óbitos nas últimas semanas. Ainda de acordo com os dados da agência, há quase 5,9 mil novas mortes no mundo a cada dia. Isso significa 247 óbitos pela doença por hora, ou uma pessoa morrendo a cada 15 segundos.
Outras declarações
Desde o início da pandemia, em março, Bolsonaro deu diversas declarações sobre a necessidade de “seguir em frente”, mesmo com o número de contágios e óbitos crescendo a cada dia.
Em 28 de abril, durante entrevista na porta do Palácio da Alvorada, o presidente perguntou a uma repórter o que ela queria que ele fizesse em relação às mortes por Covid-19. Naquele momento, o Brasil tinha acabado de ultrapassar em mortes a China, primeiro epicentro da pandemia.
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse, em referência ao próprio sobrenome. Em seguida, disse se solidarizar com as famílias das vítimas.
Em 20 de abril, quando o país registrava mais de 2,5 mil mortes, Bolsonaro foi questionado a respeito e respondeu: “Ô, cara, quem fala de… Eu não sou coveiro, tá certo?”.
No início de junho, Bolsonaro disse que a morte “é o destino de todo mundo”.
“Eu lamento todos os mortos, mas é o destino de todo mundo. Ninguém faleceu, pelo que eu tenho conhecimento, pode ser que eu esteja equivocado, por falta de UTI ou respirador. Então o vírus é uma coisa que vai pegar em todo mundo”, afirmou.
Fonte: G1