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Vacina da gripe: há diferença entre o imunizante do SUS e da rede privada?

Vacina aplicada no SUS é trivalente (Foto: Reprodução)

O Brasil já deu início a campanha de vacinação contra a gripe em 2022. A imunização acontece após o país ser pego de surpresa por uma onda da nova cepa do vírus no fim do ano passado e início deste ano.

Assim como outros vírus, a gripe também sofre mutações. Apesar de existirem diversas cepas hoje, nem todas estão em circulação no momento, conforme explica o virologista da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Daniel Mansur. Por esse motivo, os imunizantes da gripe são adaptados a cada ano, de acordo com as variantes em circulação.

Com base na análise feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é determinado quais cepas devem compor as vacinas da próxima campanha, como é o caso da deste ano. Para 2022 e 2023, a OMS definiu que sejam aplicados imunizantes trivalentes, produzidos a partir de ovos de galinha, com as cepas:

A vacina está sendo recomendada para idosos, crianças, profissionais de saúde e alguns outros grupos específicos. Quem está fora do público-alvo pode, no entanto, tomar a vacina no sistema privado de saúde.

Há diferença entre os imunizantes?

Os especialistas defendem que todos devem tomar a vacina da gripe, independente de qual for ela. A principal diferença entre a vacina aplica no SUS e a utilizada no sistema privado é o número de cepas que elas protegem. O sistema de saúde público disponibiliza o imunizante trivalente, conforme orienta a OMS. Já o privado aposta no tetravalente, que protege de quatro cepas – a extra é da Influenza B.

O infectologista Luiz Gustavo Escada explica que a vacina do SUS e que hoje a Influenza B não é motivo de preocupação da ciência, “por não ter significado epidemiológico muito importante”. Além disso, orienta que todos que estão no grupo prioritário busquem a imunização.

— A tetravalente acrescenta uma cepa de Influenza tipo B, o que oferece uma proteção a mais, mas não é essencial. Pra quem pode pagar, sem problemas. A vacina privada pode proteger contra uma cepa que, hoje, a gente não se preocupa tanto. Mas a vacina do SUS é extremamente eficaz, principalmente para a população em risco — explica.

Para os especialistas, todas as pessoas que puderem tomar a vacina devem se proteger para que não desenvolvam doenças graves.

Qual é a mais indicada?

A vacinação contra a gripe, principalmente após a onda da cepa H3N2, é essencial para todos os públicos.

— A cepa H3N2 Darwin, que ocasionou aumento de casos no Brasil no início do ano, está inclusa nas duas [vacinas, do SUS e da rede privada] — explica.

O especialista diz ainda que as pessoas que tomaram a vacina no fim de 2021 devem se vacinar novamente. Já que naquela composição, a nova variante – H3N2 Darwin – não fazia parte do imunizante.

Quem são os grupos vacinados pelo SUS?

Primeira etapa – entre os dias 04/04 e 02/05

Segunda etapa – entre os dias 03/05 e 03/06

Faixas etárias que não entram no plano do sistema público de saúde devem procurar, se puderem, tomar a vacina de forma particular. Pessoas em processo gripal precisam adiar a vacinação em, pelo menos, 15 dias. Segundo especialistas, a recomendação serve para não mascarar possíveis sintomas de uma doença.

A decisão do SUS em vacinar grupos específicos se baseia em imunizar pessoas mais afetadas pela doença, conforme explica o virologista Daniel Mansur:

— Nos outros países têm formulações diferentes para idades diferentes.

Quanto custa a vacina da gripe?

Avacina contra a gripe no sistema privado de saúde custa em média R$ 150, segundo especialistas, e deve ser feita em laboratórios particulares. A imunização ocorre de forma anual e é preciso apenas uma dose do imunizante. 

Sintomas da gripe

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de influenza podem variar de quadros leves a graves. 

Veja os sinais e sintomas da gripe:

Tomei a vacina contra a Covid, quando posso me imunizar contra a gripe?

A recomendação é de que as pessoas vacinadas contra a Covid-19 esperem, no mínimo, 14 dias para tomar a vacina contra a gripe. Ou seja, se você tomou a primeira dose ou a segunda, é preciso esperar esse período para ser imunizado contra a influenza. O motivo dessa “janela” é porque ainda não há estudos sobre que indiquem prós ou contras sobre a aplicação das duas doses ao mesmo tempo.


Fonte: NSC