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Sr. Ministro: Salve nossas Empresas, salve nossos Empregos: o crédito como um instrumento de política pública

Coluna: Política às Avessas

 

A chegada da pandemia nos principais países do mundo em termos econômicos definitivamente inseriu o setor empresarial em um verdadeiro labirinto, em que a saída exige passar pelo entrelaçamento parecido com o nó de um cipoal.

Não seria diferente em nosso país, especialmente por se tratar de uma economia periférica em nível global. As vezes até é difícil aceitar, mas de fato nunca estivemos fora deste enquadramento.

Às vésperas de completarmos 90 dias das medidas restritivas quanto aos cuidados pertinentes à transmissão do COVID-19, nos parece que um apoio ao tão castigado setor empresarial irá, finalmente, chegar.

Sob a relatoria da Senadora Katia Abreu e o sancionado pelo Presidente no decorrer da semana, vem aí o PRONAMPE, uma linha de crédito para os pequenos negócios. Trata-se de uma linha de crédito para empresas com faturamento anual de até 4,8 milhões. Serão disponibilizados aproximadamente R$ 15,9 bilhões a juros de 4,25% ao ano.

O crédito pode ser uma saída viável ao setor empresarial para que possam continuar tocando suas atividades e principalmente consigam garantir seus funcionários empregados. A taxa de juros é interesse, e, bem inferior ao crédito atualmente ofertado pelo sistema bancário.

As condições são adequadas e seriam até melhores se o presidente não houvesse vetado a carência maior para início do pagamento das prestações.

Contudo, como nem tudo são flores, há preocupações que não deixam meu raciocínio analítico descansar. A primeira delas, é quantos tempo ainda levará para regulamentação e operacionalização e a chegada dos recursos para o setor empresarial.

As informações é que o Ministério da Economia está viabilizando para que na última semana de maio isso ocorra e que em seguida esta linha de crédito imediatamente passe a ser ofertada pelo sistema bancário.

A segunda preocupação, é que mesmo com a garantia de Fundo Garantidor do Banco do Brasil de 85% da inadimplência, o sistema bancário brasileiro não se esforçará em disponibilizar esta linha de crédito, visto um maior ganho de lucratividade em outras modalidades de financiamentos.

A terceira preocupação, é o receio de que poucos empresários de nossa região consigam o acesso a tais recursos, isto porque, apesar de estarmos falando de 16 bilhões de reais, ao considerar o dimensionamento do país este volume de crédito não deve atender a maioria dos empresários brasileiros.

A grande questão é, o Sr Paulo Guedes, Ministro da Economia fará com que os bancos de fato operacionalizem esta linha de crédito? Após estes 16 bilhões o irá viabilizar mais recursos? E os microempresários serão contemplados por esta ou outra iniciativa? Ministro, por favor, salve os empresários, salve os empregos do nosso povo brasileiro.

 

Juliano Luiz Fossá 
Doutorando em Administração na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mestre em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais (UNOCHAPECÓ), Pós-Graduado Lato Sensu em Gestão Universitária (UNIVALI) / Pós-Graduado Lato Sensu Gestão Empresarial (UNOCHAPECÓ), Bacharel em Ciências Econômicas (UNOCHAPECÓ).