Já se vão 41 anos sem ganhar o Brasileirão. Curiosamente, o campeonato fora do Rio Grande do Sul que o Inter mais venceu é justamente aquele que está há mais tempo sem levantar o troféu. Verdade que chegou perto algumas vezes, foi vice em cinco oportunidades, mas dos que já foram campeões, só fica atrás do Atlético-MG na fila. Não entra como favorito – condição que basicamente o Flamengo tomou para si desde a temporada passada -, mas tentará, no mínimo, permanecer no grupo dos classificados à Libertadores, meta atingida nas duas últimas competições.
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Para a edição 2020, que só terminará em 2021, a aposta é em Eduardo Coudet, um treinador que já obteve na carreira o resultado que o Inter busca hoje. O treinador foi campeão argentino com o Racing, o que praticamente se equivale a vencer com um time fora do eixo Rio-São Paulo. Junto ao argentino, vieram alguns reforços que inclusive viraram titulares, casos dos laterais Saravia e Moisés, do volante Musto, dos meias Boschilia e Marcos Guilherme e do atacante Thiago Galhardo.
O técnico também lançou todas as suas fichas sobre Bruno Fuchs, um zagueiro originário da base, para substituir Rodrigo Moledo, que formou dupla de relativo sucesso com Cuesta nas últimas temporadas. A última contratação foi a de Yuri Alberto, promessa de 19 anos que veio do Santos para ser sombra (ou parceiro) de Guerrero no comando do ataque.
O grupo foi recheado com jovens como Praxedes, campeão da Copa São Paulo, e há expectativa pelo aproveitamento de outros guris, como Nonato, João Peglow e Zé Gabriel. Como o calendário apertou, a tendência é de que muitos atletas sejam aproveitados. É nessa hora que se verá a força do conjunto.
Mais uma vez, o desafio será conciliar o campeonato nacional com torneios paralelos importantes. Nos últimos anos, o Brasileirão acabou sempre perdendo a queda de braço para Copa do Brasil e Libertadores, mas o 2019 do Flamengo mandou por terra a ideia de que precisa trocar o time inteiro entre um jogo e outro. Jorge Jesus escalou sempre os melhores à disposição e foi o primeiro a ser campeão brasileiro e da Libertadores na mesma temporada.
— Com o elenco que o Inter tem hoje e com a ideia de jogo, me parece que os torneios mata-mata são mais alcançáveis, mas como a temporada vai emparelhar ainda mais as três grandes competições, fazer um campeonato Brasileiro bom refletirá na Libertadores e na Copa do Brasil. Não tiro o Inter ainda do bloco dos quatro primeiros — analisa a jornalista Ana Thaís Mattos, que completa:
— Para um campeonato de pontos corridos, o técnico precisa ter criatividade. Montar banco de reservas pelos protocolos, pensar as escalações, alternativas de times. No último Gre-Nal faltou isso, e aumentou a dúvida sobre seu trabalho.
As derrotas em clássicos locais são outro ponto importante a ser superado. O trabalho ficou sob desconfiança de analistas e torcedores depois dos fracassos em Gre-Nal. Até porque o Grêmio foi o único clube da primeira divisão que o Inter enfrentou até agora, e em quatro partidas, perdeu três. Os resultados criaram dúvidas até sobre o estilo de jogo da equipe, de manutenção da posse desde o campo de defesa e transição veloz no ataque, segundo Ana Thaís.
— Está doendo agora (a derrota no Gre-Nal), mas temos de olhar para frente. Temos de refletir. Conversamos bastante. Sabemos que vai começar o Campeonato Brasileiro, é uma competição muito importante. Temos que começar da melhor maneira — declarou o zagueiro Cuesta, atual capitão do time e eleito para a seleção do campeonato em 2018.
Estreia
Diante do Coritiba, no Couto Pereira, começa às 19h30min deste sábado (8) a caminhada colorada para tentar reconquistar o Brasil. A equipe saiu de Porto Alegre pressionada para enfrentar o Coritiba, com protestos de torcedores, que chegaram a disparar um foguete contra os atletas que treinavam no CT Parque Gigante. A Brigada Militar precisou ser acionada para deter as manifestações.
Em campo, Eduardo Coudet terá três desfalques por lesão (Edenilson, Musto e Nonato), além de Yuri Alberto, que ainda não poderá estrear. Lindoso e D’Alessandro devem jogar na faixa central.
O primeiro desafio colorado é contra um recém-promovido da Série B e que passou por um trauma na última semana. O Coxa perdeu o Campeonato Paranaense levando dois gols nos acréscimos para seu maior rival, o Athletico-PR, em casa. Além disso, o técnico Eduardo Barroca não terá o meia Rafinha, que fraturou o tornozelo, e o atacante Neilton, que faz trabalho de condicionamento físico.
Fonte: Gaúcha ZH