Após quase 10 meses de anseios e angustias, o Brasil finalmente aplica a primeira dose da vacina contra o coronavírus, no dia 17 de janeiro, em São Paulo. Pouco demoraria para que a vacinação se estendesse para o restante do país. Em Santa Catarina, a primeira pessoa vacinada recebeu a dose um dia depois. Este ponta pé, diga-se de passagem muito importante, deu início ao processo de vacinação que se encaminha a passos lentos no estado.
Conforme um estudo realizado pelo Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (NECAT), dentre todos os estados brasileiros, Santa Catarina está entre os que menos aplicaram a vacina e ocupa o 16º lugar.
A posição se baseou nos dados divulgados pelo Consórcio de Imprensa divulgados no dia 08 de fevereiro. Os últimos dados divulgados pelo governo do estado referente ao dia 09, entretanto, informaram que 96.985 doses da vacina contra o coronavírus já foram aplicadas.
Outro importante indicador levantado nos estudos no núcleo, foi o de porcentagem da população que ja recebeu a vacina, tendo em vista que com 70% da população vacinada, as chances de controle da doença são muito mais efetivas. O estudo comprovou que em todo o país, até o dia 08 foi atingido o percentual de 1,79% da população.
Santa Catarina, porém, apresenta um resultado preocupante e em um ranking das menores porcentagens da população vacinada, o estado ficou em 4º lugar (quinto por classificação de ordem alfabética), com porcentagem empatada com o Maranhão e atrás apenas do Acre, Pará e Tocantins. A média do estado é de 1,23%.
A lentidão no processo de vacinação no estado se confirma na terceira avaliação do estudo, que revela Santa Catarina em 6º lugar (de menor para maior) no ranking que relaciona a proporção de doses aplicadas para cada 100 mil habitantes.
A média de Santa Catarina é de 12.293 doses. Em comparação com os demais estados da região Sul, no Paraná foram 17.219 doses para cada 100 mil habitantes, enquanto no Rio Grande do Sul foram 20.210 para a mesma proporcionalidade.
O estudo ainda confirma que se mantido o ritmo atual de vacinação no estado, seriam necessários mais 1.138 dias, ou seja, mais de 3 anos, para imunizar 70% da população.
Esses dados referente a imunização, somado aos dados de médias diárias de novas contaminações, mortes e percentuais de ocupação dos leitos hospitalares, colocam Santa Catarina em uma situação crítica em relação a pandemia.
Covid-19 no estado
Até então, setembro do último ano foi o momento que o estado apresentou a situação mais controlada da pandemia. Em contrapartida, o Coordenador Geral do NECAT e professor da UFSC, Lauro Mattei, em entrevista ao Barriga Verde, afirma que assim como ocorreu em junho e julho, agora em janeiro e fevereiro a situação volta a se agravar.
“As medidas de flexibilização sobretudo no inicio do mês de janeiro, final de ano, elas contribuíram para esse avanço da pandemia sem dúvida nenhuma. Mas, em hipótese alguma pode se dizer que a situação do estado é confortável quando se tem todas as mesoregiões em estado gravíssimo ou grave. Os indicadores todos de Santa Catarina não permitem nenhuma análise positiva na situação atual da doença”, afirmou Mattei.
Para Mattei, tendo em vista as medidas que foram tomadas até agora, o Governo do Estado tem uma estratégia muito clara para lidar com a situação da pandemia. “A atuação será no sentido da consequência e não combater a causa. Essa é a política de Santa Catarina desde o início”.
O pesquisador afirmou que a situação só será contida com a vacinação massiva da população. “Sem 70% da população vacinada não tem saída. E com a situação da lentidão da vacinação, tudo fica mais complicado”, finalizou ele.
Em Chapecó
Outro estudo também realizado pelo NECAT, apresentou dados de que Chapecó tem, atualmente, o dobro da taxa estadual de crescimento da Covid-19.
A situação da cidade não se encontra favorável. Com os dados divulgados pela prefeitura nesta manhã, somente nas últimas 24 horas, 209 novos casos foram registrados da doença em Chapecó.
> Veja a matéria completa com os dados atualizados do coronavírus em Chapecó
Atualmente, são 1.590 pacientes ativos enquanto 145 mortes já foram registradas. Outras 1.334 aguardam o resultado dos seus testes.
Além disso, a ocupação de leitos hospitalares também é alarmante em Chapecó, tendo em vista que 100% dos leitos destinados a covid-19 estão ocupados. Até o momento 85 pessoas já foram transferidas do município, cinco delas somente hoje. Três pessoas ainda estão sem leitos em Chapecó.
Ainda ontem o Ministério Público de Santa Catarina protocolou um pedido para que a Secretaria de Saúde de Chapecó apresente soluções eficientes referente às medidas de enfrentamento a Covid-19 no município.
Fonte: Barriga Verde Notícias
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