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Santa Catarina lidera a geração de empregos no país durante a pandemia

Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas/Agência Senado

Santa Catarina foi o Estado que mais criou postos formais de trabalho no Brasil de janeiro a novembro de 2020. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados na quarta-feira (23). Houve 965.137 admissões e 898.003 demissões em Santa Catarina, o saldo de empregos foi de 67.134.

Segundo os números do Caged, o mês de novembro foi responsável por 111.206 contratações e 78.202 desligamentos – um saldo positivo de 33.004. Foi o melhor novembro da série histórica e o sexto mês consecutivo de saldo positivo.

Todos os setores da economia têm saldo positivo na geração de empregos formais em Santa Catarina, tanto no acumulado do ano quanto no mês de novembro.

Em 2020, os destaques foram a indústria com 36.473 novos postos de trabalho e serviços com 21.397). No mês passado, o resultado foi puxado pelo setor de serviços (11.997) e comércio (11.790).

“Santa Catarina é um estado competitivo e propício para a criação, a chegada e o crescimento dos negócios. O destaque nacional na criação de postos de trabalho é resultado da resiliência dos catarinenses frente à crise gerada pela pandemia. O papel do Governo do Estado é garantir infraestrutura e um ambiente adequado para a geração de emprego e renda. Nesse sentido, temos avançado muito”, avaliou o governador Carlos Moisés (PSL).

No Brasil, foi o quinto mês consecutivo que o número de contratações com carteira assinada superou o de demissões. Foram criadas 414.556 vagas de emprego em novembro. O número é o melhor da série histórica da pesquisa, iniciada em 1992.

O saldo acumulado em 2020 ficou positivo pela primeira vez e chegou a 227.025 postos de trabalho criados ao longo do ano.

Número de trabalhadores afastados devido ao distanciamento social cai em SC

A Pnad Covid-19 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE apontou uma pequena queda, no mês de novembro, no número de pessoas ocupadas e afastadas devido ao distanciamento social em Santa Catarina.

Eram 72 mil em outubro contra 67 mil no mês passado. Em maio, quando se iniciou a pesquisa, o total era de 208 mil trabalhadores. A proporção vem recuando mês a mês.

Segundo o IBGE, Santa Catarina foi o quinto menor percentual do país, ficando atrás do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo. No Brasil, são cerca de 2,1 milhões de pessoas ocupadas e afastadas devido à pandemia. O percentual leva em conta pessoas temporariamente afastadas do trabalho devido ao distanciamento social ou a férias coletivas.

Além disso, a pesquisa revelou que 246 mil catarinenses ocupados e não afastados do trabalho trabalhavam de forma remota em novembro, o que equivale a 7,5% da força de trabalho no Estado.

De acordo com o levantamento, mais de nove mil pessoas deixaram o trabalho remoto entre outubro e novembro. Um recuo de 0,3% entre os dois meses. No Brasil, o percentual foi de 9,1% e representava 7,33 milhões de pessoas.

Para Roberto Kern Gomes, chefe da unidade estadual do IBGE em Santa Catarina, os números de novembro apresentam indicadores positivos.

“As empresas foram reabertas por conta da flexibilização das medidas sanitárias. As pessoas acabam acreditando que saindo para procurar emprego elas vão encontrar um local para trabalhar justamente nesses estabelecimentos que reabriram”, disse, ao reforçar que a pandemia não acabou e ainda há um crescimento no número de óbitos e casos em SC.

Ocupação e informalidade

O PNAD Covid-19 apontou ainda os Estados de Santa Catarina e Mato Grosso com os maiores níveis de ocupação. Ou seja, 57,8% dos catarinenses em idade de trabalhar estavam ocupados em novembro. Eram 3,45 milhões de pessoas ocupadas entre as 5,97 milhões que tinham idade de trabalhar (com 14 anos ou mais de idade).

Por outro lado, Santa Catarina obteve uma taxa de desocupação de 7,6%, a menor entre os Estados em novembro. O mês também registrou a menor taxa de desocupação no Estado desde o início da pesquisa, em maio, quando era de 8%. No Brasil foi de 14,2%,

“Santa Catarina tem quase a metade da taxa de desocupação que se tem no país. Isso se deve ao fato da força da economia catarinense que é diversificada. Há uma descentralização da economia, com polos econômicos distribuídos pelo Estado, não se tem aquela concentração em volta das capitais como na grande parte dos Estados brasileiros”, explicou o chefe do IBGE em SC.

O Estado manteve estável a taxa de informalidade, que continua sendo a menor do país. São 20,1% das pessoas ocupadas em Santa Catarina que estavam na informalidade em novembro, uma taxa igual a de outubro.

Ou seja, das 3,45 milhões que estavam ocupadas, 692 mil pessoas trabalhavam em ocupações informais, três mil a mais em relação a outubro.

O percentual de domicílios que recebem o auxílio emergencial em Santa Catarina foi o menor do país e caiu pelo terceiro mês consecutivo, retratou o IBGE. Foram 22% dos domicílios catarinenses que receberam o auxílio emergencial em novembro. O estado continua com o menor percentual entre os estados.

Números de Santa Catarina

População residente: 7,271 milhões de pessoas.
População de 14 anos ou mais de idade (em idade de trabalhar): 5,968 milhões de pessoas.
População na força de trabalho: 3,735 milhões de pessoas.
População ocupada: 3,452 milhões de pessoas.
População desocupada: 283 mil pessoas.
População fora da força de trabalho: 2,233 milhões de pessoas.

A PNAD Covid-19 foi iniciada em maio e objetiva estimar o número de pessoas com sintomas referidos associados à síndrome gripal e monitorar os impactos da pandemia no mercado de trabalho brasileiro.

Fonte: ND+