Manifestantes estão nas ruas pelo quinto dia seguido nos Estados Unidos. Diversas cidades voltaram a registrar cenas de violência durante os protestos contra a morte de um homem negro por um policial branco.
Quando o dia amanheceu foi possível ver melhor a destruição. Voluntários ajudaram a limpar as ruas. Depois da quarta noite seguida, noite de batalha em Minneapolis.
Centenas de manifestantes ignoraram o toque de recolher e atearam fogo em carros e saquearam lojas.
Os policiais usaram gás lacrimogênio e balas de borracha para tentar conter o protesto. As manifestações começaram na terça-feira (26), depois que um vídeo mostrou o policial Derek Chauvin ajoelhado sobre o pescoço de Floyd, mesmo depois que o homem já estava desacordado.
Floyd teria comprado cigarros com uma nota falsa de US$ 20. Ele chegou morto ao hospital. Os quatro policiais envolvidos na ação foram demitidos.
Nesta sexta-feira (29), Chauvin foi preso e indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Neste sábado (30), o governador do estado admitiu que as autoridades subestimaram os protestos. E ativou toda a guarda nacional de Minnesota.
Tim Walz disse que entende a raiva das pessoas. Mas afirmou que esse caos nas ruas, já não é mais uma reação à morte de Floyd, e sim um ataque à sociedade civil. E, segundo ele, são ações de grupos organizados com o objetivo de causar medo.
Os protestos se espalharam por mais de 20 cidades do país. Em Detroit, no Michigan, um jovem de 19 anos morreu depois que um homem atirou contra os manifestantes.
Em Oakland, na Califórnia, os protestos também foram violentos. Um agente federal morreu e outro ficou ferido por tiros que partiram da multidão. Em Los Angeles, um policial ficou ferido em outro confronto. Quinhentos manifestantes foram presos.
Do outro lado do país, em Atlanta, na Geórgia, também houve vandalismo, saques e incêndios em várias partes da cidade. Quatro policiais ficaram feridos e um manifestante levou um tiro.
A resposta da prefeita foi dura: “se vocês querem mudança, votem. Essa é a única mudança que esse país precisa”.
Na capital Washington, polícia e agentes do serviço secreto tiveram que isolar e cercar a Casa Branca quando centenas de manifestantes se aproximaram.
Neste sábado (30), Donald Trump disse que pode enviar o Exército para conter o vandalismo em Minneapolis.
“Eles são um bando de gente má, radicais da esquerda, que precisam aprender que não podem fazer isso”, disse o presidente.
Em Nova York, centenas de pessoas organizaram uma vigília em Manhattan para lembrar George Floyd e pedir mais regulamentação e treinamento para a polícia. A manifestação foi pacífica. Já na região do Brooklyn, a polícia usou spray de pimenta e cassetete para dispersar a multidão. E uma viatura foi incendiada.
Pelo terceiro dia seguido, centenas de pessoas desafiaram o isolamento social em Nova York, para protestar. O prefeito da cidade Bill de Blasio disse que não quer nunca mais uma noite violenta como a desta sexta-feira. Apesar da tensão entre manifestantes e policiais, em uma praça, o protesto foi pacífico.
Em outra região de Nova York, manifestantes ouviram palavras da mãe de Eric Garner, um homem negro que também foi morto sufocado por policiais seis anos atrás.
Manifestantes também voltaram às ruas em Miami. Em Seattle, um carro foi incendiado. Em Chicago, houve confronto entre policiais e manifestantes. E em Minneapolis, milhares de pessoas deixaram claro neste sábado: os protestos vão continuar.
No fim da tarde deste sábado (30), milhares manifestante voltaram às ruas em dezenas de cidades e as cenas de violência de sexta-feira (29), já estão se estão repetindo. A correspondente Carolina Cimenti acompanhou um dos protestos em Nova York neste sábado (30).